O Carnaval diz-lhe alguma coisa? É bonito de se ver. Estive a ver o corso de Tomar e gostei da animação que trouxe à cidade. Estava muita gente a assistir e a divertir-se. O governo não deu tolerância de ponto na terça-feira mas acho que devia ter dado porque é um bom dia para ajudar a movimentar algum negócio e combater esta crise. Tem acompanhado a situação do hospital de Tomar?Sim e receio que o futuro seja o de que venha mesmo a fechar. As pessoas já se mobilizaram em manifestações e abaixo-assinados mas acho que está tudo decidido nos bastidores. Lamento muito que os tomarenses venham a ficar sem o seu hospital porque isso afecta milhares não só do concelho como de arredores.Miguel Relvas tem condições para continuar a presidir à Assembleia Municipal de Tomar?Acho que não é um lugar compatível com a sua função de ministro. Moralmente, devia apresentar a sua demissão. Por exemplo, nesta questão do hospital, a assembleia municipal aprovou que a reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo deve ser suspensa quando ele, enquanto ministro, defende que a mesma é para continuar. Porque fecham tantas empresas em Tomar?Realmente, ando muito a pé pela cidade e verifico que, quase todos os dias, fecham lojas. A crise aliada ao agravamento do custo de vida leva a que muita gente opte por fechar o negócio, especialmente quem tem ordenados a pagar aos empregados e fornecedores. Muita gente vê que pode ter no subsídio de desemprego, ao menos, uma fonte de rendimento e há facilidades em obtê-lo. No seu ramo, que é agente funerário, nunca há crise?Há sempre trabalho e sem horários definidos. Esta é uma profissão normal. Nas horas difíceis tem que haver um grande respeito pela dor da família que perde o seu ente querido. É adepto de redes sociais?Não tenho vagar para isso. Muita gente perde tempo no facebook quando poderia rentabilizar esse tempo a trabalhar. Gosto mais de falar pessoalmente com as outras pessoas. Esta profissão não me deixa muito tempo livre. Mesmo quando estou com a família faço a chamada “visita de médico”. Até a namorada se queixa de que nem tempo para ela tenho (risos).Era capaz de aceitar um cargo político?Não. Voto sempre em branco. É a melhor maneira de mostrar o descontentamento. Considero que os políticos estão descredibilizados. Está preocupado com a seca?É um problema porque o sol sabe bem mas já devia ter chovido há muito tempo. As culturas estão a secar e os animais estão a ficar sem comida. Há muita gente que em Agosto vai de férias e, se calhar, apanha chuva nessa altura. Tem algum lema de vida?Não. Vivo um dia de cada vez na esperança de que amanhã melhore sempre.