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Pedro Pinto

Pedro Pinto

26 anos, bombeiro, Vialonga

Existe muita gente que hoje em dia não se quer casar porque quer é andar a “curtir”, mas isso para mim não existe. Preservo muito o meu casamento e para mim a separação só acontecerá quando morrer.

Quando passa uma mulher bonita atira um piropo?Não sou desse estilo. É claro que olho, mas não troco a minha esposa por mais nenhuma. Há seis meses que casei e posso dizer que estou com a mulher da minha vida. Nunca nenhuma vizinha lhe pediu para apagar um incêndio?Para apagar um incêndio não, mas para socorrer já. Há uns 15 dias uma vizinha começou a sentir-se muito mal, com falta de ar, e bateu à minha porta. Teve de ir uma viatura médica porque a senhora estava mesmo mal. Também já tive uma mãe que veio pedir-me ajuda porque a criança estava desaparecida no infantário, mas depois conseguimos encontrá-la.Um homem quer-se aprumado?É importante apresentar uma boa imagem. Se me descuidar e estiver três dias com a barba por fazer, a minha esposa e o próprio corpo de bombeiros chamam-me logo a atenção. Confio a 100 por cento na opinião da minha esposa e gosto de andar, acima de tudo, bem para ela. Ser bombeiro dá muito dinheiro?Não estou nesta profissão para enriquecer, mas para servir a população. O nosso ordenado é muito pouco para o trabalho que desenvolvemos, mas dá para pagar as contas. Prefiro ser pobre, mas honesto. O que faz quando se sente aborrecido?Venho para os bombeiros mesmo que esteja de folga porque é o meu refúgio. Encontro aqui colegas e amigos e sempre dá para ir conversando.Qual é o seu maior medo?São as alturas. Há 15 anos tive uma explosão na minha casa e a partir daí fiquei com vertigens. Era numa casa baixa, mas mesmo assim nunca me passou. O casamento está em vias de extinção?É verdade que existe muita gente que hoje em dia não se quer casar porque quer é andar a “curtir”, mas isso para mim não existe. Preservo muito o meu casamento e para mim a separação só acontecerá quando morrer. O provérbio “deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer” aplica-se no seu caso?Sem sombra de dúvida. Deito-me todos os dias por volta das 21h30 e levanto-me às 6h30 para ir trabalhar. Nas minhas folgas já me estico mais um bocadinho, mas mesmo assim nunca passa das 10h00 senão fico logo com dores de costas e de cabeça. Tem muitas noites de insónia?Se a sirene tocar, venho a correr, mas de resto quando é para dormir, durmo sem qualquer problema.A morte assusta-o?Quando era pequeno sim, agora não. Ninguém é imortal, um dia lá chegará a minha hora, espero que seja de velhice e a dormir, sem qualquer sofrimento.
Pedro Pinto

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