Tânia Tonaco
29 anos, arquitecta e professora, Castanheira do Ribatejo
“Há muito a ideia de que não é normal ver um homem a chorar porque é pouco masculino mas eu não concordo. Acho até que nós mulheres gostamos de ver esse lado do homem mais sensível”.
Acredita em amor à primeira vista?Sim e tenho essa experiência pessoal. Quando conheci o meu namorado deu-se uma espécie de clique. Aconteceu tudo muito rápido. Conheci-o através de uns amigos e percebi que ele era aquela pessoa que eu não estava à espera de conhecer. Se calhar podemos chamar-lhe amor à primeira vista porque a partir desse dia tudo mudou. Um homem não deve chorar?Há muito a ideia de que não é normal ver um homem a chorar porque é pouco masculino mas eu não concordo. Acho até que nós mulheres gostamos de ver esse lado do homem mais sensível.É escrava da moda?Não. Visto o que me apetece. Gosto de ir às lojas e de ver as novas colecções. Gosto de estar actualizada, o que não quer dizer que siga à risca as tendências. Posso comprar uma peça ou outra mas sem exageros. Que acessório seria incapaz de usar?Não conseguiria usar galochas e os tapa orelhas. Não me identifico com essas peças porque sou muito discreta. Talvez as pessoas mais extrovertidas gostem de as usar. Com o estado a que o país chegou tem vontade de emigrar?Sim. O problema é que sou muito agarrada à terra, à família e aos amigos. Penso nessa possibilidade mas estou a tentar arranjar-me por cá. A minha vontade era ficar. Acredito que esta situação está a levar muita gente a sair. Por enquanto eu vou resistindo. Identifica-se com a mensagem dos Homens da Luta?Sim. Eles são um pouco a nossa voz. Fazem eco dos nossos protestos. Por vezes temos vontade de gritar isso mesmo. Neste momento acho que todos nos identificamos com eles…Os jovens desta geração têm uma vida mais difícil que os pais?Sim. Acho que têm apenas a vantagem de ter alguma ajuda dos pais. A geração anterior não teve essa sorte porque as condições de vida eram outras. Os jovens ainda vão conseguindo estar em casa dos pais embora tenham o desejo de independência. Não é fácil iniciar uma vida de trabalho. O mesmo acontece a quem ficou desempregado e tenta endireitar-se. As oportunidades escasseiam. Que pergunta gostaria de colocar ao Governo?Perguntaria que medidas concretas estão a ser implementadas para impulsionar o futuro dos jovens. Até agora só se falava da crise. Eu perguntaria pelas soluções para criar oportunidades.Incomoda-se de ir ao cinema e ouvir o barulho das pipocas?Isso não me incomoda porque também faço o mesmo (risos). Gosto de ir ao cinema e ter a bebida e a pipoca ao lado… Faz parte do ambiente.Qual é seu livro de cabeceira?Um livro de fantasia: Aragon. Gosto de viajar para uma dimensão diferente. Já chega a realidade de todos os dias.
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