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Pedro Barroso lança disco e livro em “tempos de combate”

Pedro Barroso lança disco e livro em “tempos de combate”

Artista de Riachos diz que Portugal está ferido na sua cultura e na sua poesia
Pedro Barroso, o trovador de Riachos, voltou aos discos com o lançamento do CD “Cantos da paixão e da revolta”, editado pela Ovação. E desta vez a arte de Pedro Barroso não se fica pelo registo sonoro. Nas livrarias está já também o seu livro “Memória inútil de mim e outros gritos na paisagem”, com a chancela da editora Lua de Marfim.“Agora há que atacar as Fnac’s e Worten’s e coisas assim, pois normalmente esta gente só gosta de vender material para fazer lavagens ao cérebro, ou digamos, música mainstream, com os ídolos da moda e os seus grandes lóbis editoriais, que, pobre de mim, não tenho”, diz Pedro Barroso, 61 anos, num depoimento enviado para as redacções onde solta o verbo de forma contundente e confessional. Basta ler o seguinte trecho: “Sim eu sei que faço música demodé, como quem ainda pensa e sente e deixa fluir o que sentiu para os outros e faço canções que não dão nem para dançar, nem para ouvir ligeiramente e ‘já não se usam’”. Pedro Barroso pede desculpa por isso, mas garante que vai “tentar continuar exactamente assim”, acrescentando que “os tempos são de combate pois há um Portugal ferido na sua cultura e na sua poesia que urge defender”.O artista revela que se tratou de uma coincidência a publicação das duas obras no mesmo dia, confessando que lhe dá “um certo prazer agora descansar desses dois trabalhos, feitos do meu modo, com as minhas ironias, sonoridades e sensibilidades próprias e ficar a saborear o eco do que disse, através dos outros”.Cantor, músico, compositor, director de orquestra, autor, poeta, pintor, escultor, mas sempre e acima de tudo homem de causas e convicções, Pedro Barroso assume-se como um lutador irredutível pela causa da cultura, pela qualidade do produto artístico, pela dignificação da música e de quem vive dela. Crítico feroz de um sistema que tanto conduz à glória efémera como ao rápido esquecimento, de um mundo que produz vedetas que nada têm de substantivo, Pedro Barroso não perde uma oportunidade de ir à luta, como quando esteve na génese do manifesto a favor da música portuguesa que deu brado há quase uma década. O MIRANTE distinguiu-o como Personalidade do Ano 2009, quando completou 40 anos de carreira ao serviço da música e das palavras.
Pedro Barroso lança disco e livro em “tempos de combate”

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