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Trêfego Manuel Serra d’Aire

Acompanhei com algum interesse o conflito que envolve o presidente da Junta de Assentis e o pároco da freguesia e reforcei a convicção que venho alimentando há muito tempo. A Igreja lidou muito mal com o advento do Estado laico e faz tudo o que está ao seu alcance para mostrar que ainda manda alguma coisa ou nalguma coisa. Por mim, acho muito bem. Igreja ao poder! Provavelmente estaríamos melhor com um cardeal como primeiro-ministro, com bispos como ministros e com padres e freiras como secretários de Estado e autarcas. Basta ver que o Vaticano deve ser o único Estado europeu que ainda não se queixou da crise, provavelmente devido à competência de gestão dos ministros de Deus e a uma ajudinha divina. O padre José Luís Borga podia dar um bom ministro da Cultura e o padre Gama podia tratar das finanças, pois ele mesmo garante que tem poderes paranormais. E quem consegue tirar o Diabo do corpo de alguém também havia de conseguir exorcizar o défice e as dívidas, por maiores que fossem...Soube recentemente pela imprensa que o presidente da Câmara de Torres Novas concluiu a sua tese de mestrado sobre o poder local em Timor e até a quis oferecer à autarquia que lidera, desde que esta pagasse a sua publicação. Infelizmente, pelo que li, o altruísmo de António Rodrigues foi acolhido com reservas pelo vereador comunista Carlos Tomé e assim a autarquia sujeita-se a perder esse precioso trabalho científico elaborado graças também às viagens que o mestre Rodrigues fez àquele país enquanto autarca. E chegado aqui tenho de rebobinar: se fosse a Igreja que mandasse neste país este episódio lamentável não tinha acontecido, porque, pura e simplesmente, não haveria vereadores comunistas nas câmaras. Aliás, não haveria sequer comunistas...Mais sorte tem o presidente da Câmara de Santarém, que conseguiu livrar-se dos “vermelhos” na vereação nas últimas autárquicas e agora não tem quem lhe moa o juízo nas reuniões do executivo. Essa é capaz de ser uma das façanhas que Moita Flores vai relatar no livro que quer escrever sobre a sua experiência autárquica em Santarém.Estou certo que a obra vai ser um best seller, pelo menos na cidade. O autarca diz que vai mostrar aos leitores o concelho antes e depois da sua chegada à câmara, ou, para abreviar, Santarém a.MF e d.MF. Adivinha-se um livro com muita acção, ou melhor, acções, tantos são os processos que a autarquia tem por causa de dívidas por liquidar e outras andanças, algumas delas com décadas. E a verdade é que nesta altura do campeonato os credores da autarquia se calhar preferiam que Moita Flores trabalhasse mais com o livro de cheques da autarquia e não tanto na sua obra literária. Enfim, nunca se consegue agradar a todos.Tal como não se consegue desagradar a todos. Foi por isso que o ministro todo-poderoso Miguel Relvas se conseguiu aguentar como presidente da Assembleia Municipal de Tomar, graças aos votos do PS. Quem diria! E depois dizem que a terra dos fenómenos é o Entroncamento...Um abraço do embasbacado Serafim das Neves

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