Divisão da oposição segura Miguel Relvas na presidência da Assembleia Municipal de Tomar
CDU apresentou proposta para eleição de uma nova mesa mas não colheu eco na restante oposição. O PS aliou-se ao PSD e votou contra e as restantes forças políticas abstiveram-se.
A montanha pariu um rato é a expressão que melhor se aplica à intenção política que visava a destituição da mesa da Assembleia Municipal de Tomar, liderada por Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. A proposta, apresentada pela bancada da CDU na tarde de sexta-feira, 24 de Fevereiro, não chegou sequer a ser votada uma vez que as diversas bancadas políticas não aprovaram a sua inclusão na ordem de trabalhos. A intenção recolheu apenas os dois votos favoráveis da CDU, 10 abstenções (Independentes por Tomar, Bloco de Esquerda e CDS) e 19 votos contra do Partido Social-Democrata e Partido Socialista e do deputado não inscrito, António Cruz. As principais críticas à CDU assentam no facto de esta força política não ter falado sobre a sua intenção na conferência de líderes, de modo a que o tema fosse agendado atempadamente e incluído na ordem de trabalhos. O documento foi apresentado pelo deputado Paulo Macedo, que recordou declarações de Miguel Relvas há uma semana quando disse que, tal como Abrantes e Torres Novas, os tomarenses teriam que aceitar a reestruturação que está a ser levada a cabo pela administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo. “Propomos que a mesa da assembleia seja destituída por não corresponder, neste momento, aos anseios da população de Tomar, no que ao Hospital de Tomar diz respeito, e que se proceda, de imediato, à eleição de uma nova mesa, composta por representantes das três forças mais votadas nas últimas eleições”, referia a proposta da Coligação Democrática Unitária. Paulo Mendes, do Bloco de Esquerda, referiu que a destituição da mesa é um acto que exige “ponderação” pelo que deve ser pensado e discutido com calma. Os socialistas, pela voz de Hugo Cristóvão, consideram que este assunto deve ser discutido numa reunião extraordinária até porque “a mesa da assembleia municipal não tem actuado convenientemente e isso deve ser analisado”, não concordando, no entanto, com o modo de actuação da CDU. No seu blogue pessoal, o líder da bancada socialista chegou mesmo a classificar a atitude da CDU como “um número de circo”. Herculano Gonçalves, do CDS-PP, referiu que desconhece que a ausência dos elementos da mesa tenha alguma vez sido prejudicial à boa condução dos trabalhos. “Isto tem a ver com os partidos que elegem as pessoas e não com o órgão”, disse.“O mais fácil era ter desertado”, diz Relvas“Não confundo os planos. O mais fácil era ter desertado mas não segui esse caminho. Tenho destas funções uma visão institucional”, disse Miguel Relvas à assembleia, relembrando o período económico difícil que o país atravessa. Miguel Relvas repetiu a ideia de que não é “ministro de uma terra mas sim do país” e lembrou a conjuntura difícil que Portugal atravessa e a necessidade de racionalização de meios, onde se enquadra a reestruturação do centro hospitalar, para “salvar o serviço nacional de saúde”.No público houve logo quem dissesse em voz alta que aquelas palavras eram uma mera propaganda ao governo, o que levou à intervenção do presidente da mesa que aconselhou o cidadão a falar no período a que tinha direito, ou seja, após o final dos trabalhos. Miguel Relvas lembrou ainda que a mesa é composta, além de si, por Fernando de Jesus e pelo socialista José Pereira, que manteve o seu lugar, apesar do rompimento da coligação PSD-PS, desempenhando as suas funções de modo exemplar.
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