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“A solução para resolver um problema pode ser dividi-lo em vários”

“A solução para resolver um problema pode ser dividi-lo em vários”

João Lopes Candoso, 48 anos, é licenciado em engenharia química e chefe de gabinete da presidente da Câmara Municipal de Rio Maior. É casado e tem dois filhos. Vive no Alto da Serra mas nasceu na aldeia da Fonte da Bica perto das salinas. Ajudou os pais na safra do sal e habitou-se a ver turistas desde cedo. Não é uma pessoa consumista. O café é o seu único vício. A Nazaré o lugar de eleição.

Trabalhei com os meus pais nas salinas de Rio Maior a partir dos 12 anos. Colaborava em toda a safra do sal. Colocava água nos talhos, rapava o sal e colocava-o em cima das eiras em montes. Trabalhei lá até aos 18 anos. Os meus pais eram pequenos proprietários mas a base de subsistência da família era a agricultura. Desde pequeno que me habituei a ajudar. Tínhamos uma vida modesta mas nunca faltou nada. Habituei-me a ver turistas desde cedo. Nasci numa aldeia que se chama Fonte da Bica, junto às salinas. Entretanto tudo se desenvolveu. As casas que serviam para guardar o sal estão transformadas em lojas de artesanato e já há alguma restauração. Segui engenharia química mas poderia ter escolhido outro curso qualquer. Sempre fui bom aluno. Estudei em Lisboa no Instituto Superior Técnico. Estagiei um ano na Central de Cervejas e fui professor de matemática em Rio Maior até me ligar ao sector da construção civil. Trabalhei em várias empresas da área.Na vida quase tudo está ligado à química. Trabalhei em empresas que transformavam matéria, o que pressupõe reacções químicas. Há indústrias que não são de química pura mas que estão relacionadas com a área. O meu curso tinha uma cadeira de economia o que me deu ferramentas de gestão e outras competências.Há 30 anos trabalhei na contabilidade da câmara. Fiz um contrato de um ano enquanto concluía o 12º ano à noite. Estive ainda nas antigas instalações que entretanto já deram lugar a um novo edifício. Hoje tenho outras funções como chefe de gabinete da senhora presidente de câmara, Isaura Morais, mas sinto que é um pouco o retorno.As mulheres não precisam de quotas para se evidenciarem na política. Quando têm valor e capacidade chegam aos lugares onde os homens chegam tão bem ou melhor. Não tem que haver essa diferenciação. Podem ter uma sensibilidade acrescida relativamente a certos assuntos mas acho que acima de tudo é uma questão de personalidade e não de género.Só quem tem gosto pela causa pública é que assume nos dias de hoje este tipo de funções. Trata-se de aplicar os conhecimentos adquiridos gerindo da melhor maneira os dinheiros públicos. Tem que haver bom senso. Por um lado é preciso continuar a fazer alguma obra mas não esquecendo a parte social. Filiei-me no PSD há 18 anos. Sou presidente do PSD de Rio Maior, já passei pela assembleia de freguesia e fui candidato à câmara. Fiquei como vereador e integrei a assembleia municipal.Não sou muito consumista e quando aparecem coisas novas não vou na primeira onda. Confesso que às vezes acabo por chegar lá. Resisti ao portátil mas hoje já tenho um. Não ter um telemóvel é impensável. Ainda não tenho um tablet, por exemplo, mas se calhar não por muito tempo. Não penso no número de horas que trabalho por dia. Chego por volta das 8h30 à câmara, depois de deixar na escola a minha filha e o meu filho, e tanto posso sair às 18h00 como às duas da manhã por causa de uma reunião. Estas funções exigem disponibilidade. Temos uma agenda mas de um momento para o outro surgem compromissos. A minha esposa está ligada às artes. Moramos no Alto da Serra. Sou eu que trato do jardim lá de casa. Quando posso vou almoçar a casa, o que é uma vantagem. Quando estava noutras funções fora de Rio Maior saía de manhã e entrava à noite. A solução para resolver um problema pode ser dividi-lo em vários. Se começarmos a resolver os pequenos problemas quando damos por isso já temos o grande problema resolvido. Costumo perguntar isto em algumas circunstâncias com alguma graça: “não podes dividir isso em pequenos problemas?” (risos)Nazaré é o meu lugar de férias por eleição. Tenho lá uma casa que é o refúgio da família mesmo em alguns fins de semana durante o ano. A Nazaré tem um ambiente único e tradicional de ligação ao mar que me atrai e que não encontro noutras paragens. Quando vou quinze dias para a praia estou sempre contactável pelo telemóvel. Gosto de acompanhar os assuntos que são da minha responsabilidade mesmo em férias. Gosto de caldeirada de peixe. Não fumo e o café é o meu único vício. Nunca bebo menos de três por dia.Ana Santiago
“A solução para resolver um problema pode ser dividi-lo em vários”

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