Encontro da Agromais juntou centena e meia de agricultores
António Simões Sequeira recebeu o prémio “Agricultor Agromais de 2011”
A Agromais realizou o habitual encontro de agricultores, desta vez com a presença do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, que atribuiu o Prémio Agricultor Agromais do Ano de 2011.
No final de tarde de quarta-feira, 29 de Fevereiro, juntaram-se mais de 150 agricultores na Golegã onde a Agromais fez o balanço da campanha de 2011 e apontou perspectivas para 2012. O agricultor do Pinheiro Grande, Chamusca, António Simões Sequeira, 74 anos, foi galardoado com o prémio “Agricultor Agromais do Ano de 2011”. Nuno Russo, director regional da Agricultura e Pescas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, presidiu ao júri e apontou as razões da escolha: “É reconhecido pelos seus pares como agricultor de extrema dedicação às suas explorações agrícolas, o que tem tido como resultado elevados níveis de produtividade nas diversas culturas a que se dedica. É um homem aberto à inovação que procura conhecer novas formas de produzir e que está sempre disponível para o acompanhamento de ensaios na sua exploração”. Entre outros elogios, Nuno Russo sublinhou que António Sequeira, apesar da idade, é um agricultor com quem a Agromais e seus associados podem contar no futuro.O homenageado sempre trabalhou no campo, primeiro a ajudar o pai e depois por sua conta. Aliás, não se vê noutra actividade. “Apesar de ser um trabalho duro, mas com gosto não custa”. E está sempre disposto a colaborar com outros agricultores, com a Agromais e Agrotejo: “Dou-me bem com toda a gente. Gosto de partilhar o pouco que sei e também gosto de aprender com eles”, confessa o agricultor que produz milho e outros produtos hortícolas.Quanto ao prémio, diz que é um reconhecimento pelo seu trabalho, admitindo que outros agricultores também mereciam. Não estava à espera e nem era para vir ao encontro. “Só vim porque insistiram comigo para estar presente, mas nem aí pensei que voltasse a ser galardoado”. António Simões Sequeira já recebeu o prémio há dois anos, por isso ficou ainda mais agradado com o prémio. Quanto ao futuro, e apesar da idade, António Sequeira continua a ir todos os dias para o campo e por isso não tem receio: “Temos de estar preparados. Não há milagres. Costumo dizer que, com ou sem crise, é preciso comer e a última profissão a desaparecer será a de agricultor. O futuro não me assusta porque já estou habituado a perder e a ganhar. Temos de lutar, não podemos desistir. Continuo a trabalhar com gosto e sei que quando não puder mais tenho o meu filho que vai continuar a cultivar as nossas terras”.O secretário de Estado entregou ainda prémios prestígio aos agricultores, António Manuel Reis Mendes e Trancas Godinho Lucas, que agradeceram o prémio que mostra o reconhecimento pelo que estes dois engenheiros têm feito pela agricultura.Agrotejo aposta na informação aos agricultores Mário Antunes, da Agrotejo, enumerou algumas novidades para a campanha de 2012 e chamou a atenção para a necessidade dos agricultores avançarem com as renovações dos requerimentos de ajudas e da actualização dos parcelários. E elogiou as medidas que estão a ser tomadas pelas várias entidades em relação à segurança em espaço rural. “Nomeadamente falo das medidas de condicionamento de circulação nas estradas do campo da Golegã, e também e no Projecto Campo Seguro”, referiu. Jorge Neves, da direcção da Agromais, fez o balanço da campanha 2011, onde o milho (80 por cento) dominou nos dez mil hectares de abrangência da Agromais. Seguiu-se a batata de indústria e de consumo, tomate, pimento e cebola. Para este ano, Jorge Neves diz que a área vai manter-se ou até crescer na maior parte das culturas. A campanha de 2012 vai continuar a ser condicionada pelo mercado internacional, mas o dirigente mostrou-se confiante: “Penso que vamos continuar a ter um ano interessante pela frente”.O presidente da Agromais, Luís Vasconcellos e Souza, chamou a atenção para o excelente serviço que a Agromais Plus, “uma filha da Agromais”, presta aos agricultores. Garantiu ainda que ia entregar o dossier do projecto de emparcelamento ao secretário de Estado. “Já há mais de cinco anos que terminámos o projecto e o entregámos ao então ministro da Agricultura Jaime Silva. Tivemos azar porque era um homem que não acreditava nos benefícios do emparcelamento e o processo ficou fechado numa gaveta, de onde ainda não saiu. Agora vamos entregá-lo de novo ao secretário de Estado, que sabemos ter uma opinião diferente em relação ao emparcelamento, e esperamos que lhe possa dar algum andamento”, disse.No final, o secretário de Estado não fez qualquer referência ao emparcelamento, apenas referiu que o milho é um produto emblemático e essencial para a agricultura portuguesa, salientando que acredita nos agricultores e no cultivo das terras.
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