Picos de afluência de utentes entopem urgências de Abrantes
Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo refere que aglomeração de utentes pode estar relacionada com a sazonalidade das infecções respiratórias.
Se está doente e a pensar ir ao serviço de Urgência de Abrantes o melhor é ir logo pela manhã, já que ao final da tarde o ambiente é de grande agitação. O MIRANTE visitou, em dias diferentes, este serviço de urgência e deu conta que, se no período da manhã reina alguma acalmia, após a hora de almoço regista-se um maior afluxo de utentes, com muitas pessoas a reclamar alto e em bom som contra a demora no atendimento. A situação parece ter-se agravado desde o dia 1 de Março, data em que, na sequência do plano de reestruturação do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), ficou concentrada na unidade de Abrantes a Urgência Médico-Cirúrgica, reduzindo os hospitais de Tomar e Torres Novas a urgência básica. Na prática, isto quer dizer que todos os casos mais graves, como os traumatismos resultantes de acidentes, são redireccionados para Abrantes e atendidos prioritariamente. Quem está na sala de espera não tem outro remédio senão esperar. Na quinta-feira, 8 de Março, Cremilde Costa disse que estava há cinco horas à espera para ser observada. Queixava-se de um joelho inchado que a impedia de estar sentada e mostrava-se preparada para reclamar no livro amarelo, incentivando os outros a fazê-lo. O conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), em resposta ao nosso pedido de esclarecimentos, refere que, desde o dia 1 de Março, “tem-se verificado uma afluência acima do esperado, principalmente doentes graves e muito graves (classificados na triagem com laranjas e vermelhos), que parece estar relacionada com a sazonalidade das infecções respiratórias baixas”. A mesma administração recorda que, conforme previsto, as Unidades de Tomar e Torres Novas possuem um Serviço de Urgência Básica e a Unidade de Abrantes uma Urgência Médico-cirúrgica. “O transporte dos doentes foi realizado em segurança e sem intercorrências e a adequação do espaço na Unidade de Abrantes, com a abertura do Serviço de Medicina III (Unidade de Curto Internamento) foi o esperado, face ao volume de doentes transferidos e internados no próprio dia 1 de Março”, acrescenta. Mas as queixas dos utentes avolumam-se desde essa data. Uma tomarense contou a O MIRANTE que o pai foi transferido para as urgências do Hospital de Abrantes há duas semanas e quando telefonou para se inteirar do seu estado clínico nem sequer sabiam onde se encontrava. Também segundo um médico com quem falámos, num fim-de-semana chegaram a estar 43 doentes no corredor à espera de serem atendidos, aguardando em macas e cadeiras de rodas.Num exercício de observação vimos que, no exterior desta urgência, estão paradas ambulâncias de várias corporações de bombeiros, de Ourém a Minde-Alcanena, a aguardar a devolução das macas para prosseguirem viagem. “Desde o início de Março que a passagem de ambulâncias é uma constante. Chegam de toda a região, a toda a hora. Nunca se viu uma coisa assim”, confirmou-nos um taxista local. Em relação ao afluxo de utentes nas Urgências de Abrantes, o Centro Hospitalar do Médio Tejo, respondendo com dados, refere que na globalidade o número total de doentes “até sofreu um decréscimo nos primeiros cinco dias do mês de Março, quando comparados com os últimos dias de Fevereiro”. Se, entre os dias 25 e 29 de Fevereiro, acorreram a este serviço de urgência 2.216 casos, entre 1 e 5 de Março foram registados 1.970 episódios.
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