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Encher praças de toiros e campos de futebol não é a solução

Não acredito em comunidades que enchem praças de toiros, campos de futebol ou grandes auditórios. Também gosto de ver e vibrar mas sou muito mais de praticar. Não tenho nada contra os espectadores passivos, o consumidor puro e duro, mas se tivesse alguma responsabilidade política na atribuição de subsídios a uma comunidade organizada como é o caso das nossas, antes de subsidiar os bilhetes das touradas pagava o que devia às associações; antes de alimentar o desporto profissional financiava a actividade das associações de formação de jovens; e procurava estar sempre do lado dos dirigentes dessas colectividades que fazem verdadeiro serviço público, substituindo-se aos governos do país e das câmaras municipais, às múltiplas direcções gerais, delegados e quejandos.E o que é que vemos cada vez mais numa região onde seria normal haver liderança política forte e ao mesmo tempo um movimento associativo motivado e competitivo? Não vemos. Ninguém sabe quem são e onde estão os nossos artistas plásticos, os actores, os escritores, os músicos, os elementos dos ranchos folclóricos e das orquestras, os seccionistas das equipas desportivas, os embaixadores do património arquitectónico, os últimos estudiosos das tradições culturais, etc, etc.Diz-me quantas associações estão ao lado, e do lado, do poder político, seja ele qual for, e dir-te-ei para que vale a política que não só e apenas para alimentar um país de funcionários públicos cansados, cobradores de impostos, e empregados políticos que geram orçamentos de milhões sem saberem ler nem escrever.Santarém é um caso fora do comum. A câmara não tem dinheiro para pagar subsídios ranhosos a associações que são únicas representantes da sua comunidade. Gostava de ver em Santarém, como por exemplo em outros concelhos da região, um encontro anual de associações e colectivivades para discutirem o futuro associativo deste concelho que parece eternamente condenado a uma liderança associativa e política de desgaste rápido.Em Santarém há associações e colectivades que são apoiadas como se fossem tertúlias taurinas. Não tenho nada contra as tertúlias de aficionados mas é justo que os políticos não tratem os dirigentes associativos como se fossemos todos ou toiros ou toureiros. JAE

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