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Um treinador que vive o atletismo desde os seis anos

Há mais de 30 anos que Joaquim Luís está ligado ao CUAB

Joaquim Luís Ruivo é um nome incontornável do atletismo no concelho de Benavente. Há mais de 30 anos ligado ao Clube União Artístico Benaventense (CUAB), de Benavente, é o actual director e treinador da secção de atletismo do clube. Orgulha-se dos bons resultados que o clube tem conquistado esta época e gostaria de ver os subsídios melhor distribuídos pelas colectividades.

O atletismo está desde sempre ligado à vida de Joaquim Luís. O seu pai, António Augusto Ruivo, foi um dos grandes impulsionadores da modalidade no Clube União Artístico Benaventense (CUAB), de Benavente, e rapidamente contagiou toda a família. Foi aos seis anos que calçou os ténis para as primeiras corridas. Lembra-se ainda da primeira corrida a sério - uma volta à escola primária de Benavente. Na altura existiam muitos mais atletas e provas dedicadas ao atletismo. “Toda a gente vivia com dificuldades e o atletismo é uma modalidade que se torna barata porque basta comprar uns ténis”, explica. Joaquim Luís só começou a levar a modalidade mais a sério a partir dos 13 anos. “Nos primeiros anos era mesmo um atleta ruim. Depois lá acabei por ganhar alguma resistência com o tempo e subi de rendimento”, recorda. Integrou durante a adolescência um grupo de atletas do CUAB que conquistaram bons resultados em provas de fundo, de estrada e de corta mato a nível distrital. A carreira de atleta acabaria por esmorecer quando aos 20 anos entrou para a tropa em Lisboa. Deixou de treinar diariamente e acabou por sair da tropa com mais 20 quilos de peso com que entrou. Só aos 30 anos é que Joaquim Luís voltou a praticar desporto com mais regularidade. Em 2000 surgiu o convite para dar uma ajuda à actual secção de atletismo do CUAB que contava com menos de cinco atletas. Joaquim Luís juntou-se ao treinador da altura, angariaram mais atletas e a equipa cresceu. Em meados de 2005 resolveram criar uma equipa de nível distrital com alguma qualidade para conquistar melhores resultados em pista. Durante dois anos conseguiram ser campeões distritais, mas em 2006 deu-se o desmembramento da secção que levou muitos elementos a criarem um novo clube de atletismo em Benavente, o Juventude Desportiva Almansor (JDA). Joaquim Luís saiu da secção de atletismo do CUAB em 2008, para regressar novamente em 2009 como treinador e responsável máximo da secção. O técnico resolveu apostar numa equipa de fundo, de estrada e corta-mato e os resultados rapidamente começaram a surgir. Joaquim Luís tem um curso de monitor tirado na Associação de Atletismo de Santarém. “Não me considero um treinador, dou alguns conselhos, e tenho conseguido bons resultados. Mas quando vejo que um jovem precisa de outro tipo de aconselhamento, como por exemplo a nível de saltos onde não tenho muita experiência, encaminho para outro treinador”, explica. Mesmo sem muitos cursos, uma coisa é certa: Joaquim Luís tem a paixão e a experiência de um vida dedicada ao atletismo. “No concelho de Benavente existem muitos dirigentes desportivos do cheque”No concelho de Benavente existem muitos dirigentes que só estão à frente de algumas colectividades devido aos subsídios que obtém. O responsável pela secção de atletismo do Clube União Artístico Benaventense (CUAB), Joaquim Luís, acredita que se os subsídios da Câmara Municipal de Benavente começarem a escassear, muitas colectividades vão desaparecer. “Existe muita gente que só está no desporto em Benavente porque são dirigentes desportivos do cheque”, diz o dirigente que abdicou de um pequeno apoio que recebia do clube para ajudar a ultrapassar este momento de crise. Embora reconheça que a autarquia está sempre disponível para ajudar o clube, Joaquim Luís não consegue ainda aceitar o corte de 25 por cento que a secção levou no ano passado. Tudo porque a autarquia decidiu que o outro clube de atletismo de Benavente, o Juventude Desportiva Almansor (JDA), criado em 2006, merecia receber um apoio igual. “É óbvio que as pessoas não são obrigadas a gostar de estar num clube, mas a câmara nunca deveria ter aceitado que se criasse mais um clube de atletismo em Benavente. Na Barrosa, Santo Estêvão ou Samora Correia já faria sentido”, aponta. É desta forma que uma secção que já conta com mais de 30 anos de atletismo vê o seu orçamento ainda mais reduzido. O treinador tem noção que dos 22 atletas federados e mais alguns jovens, muitos não são do concelho de Benavente, mas não aceita isso como uma crítica. “Muitas pessoas não percebem porque é que não temos só atletas de Benavente, mas isso é quase impossível. Na equipa principal temos o Joel Martins e o Miguel Teixeira”. Para conseguir uma equipa de nível, o clube tem de angariar os melhores atletas da região. Atletismo do CUAB com época excelenteA época da secção de atletismo do CUAB tem corrido muito bem. Quem o diz é o treinador, Joaquim Luís. Para já a equipa conquistou dois títulos nos distritais, tanto individual como por equipas e também no distrital de veteranos. No campeonato nacional de estrada o clube ficou em sexto lugar, igualando o melhor resultado que já possuía nesta prova. A equipa conquistou também o sexto lugar no campeonato nacional de corta mato longo e o sétimo lugar no nacional de corta mato curto em seniores, com dois atletas de Benavente na equipa. A grande classificação foi conquistada por Luís Pinto que garantiu o título nacional individual de veteranos e a equipa também ficou em primeiro lugar no campeonato nacional de veteranos. O CUAB é uma das colectividades de Benavente que organiza mais eventos para conseguir fontes de receita alternativas. Esta época a secção de atletismo organizou os 15 quilómetros de Benavente e também o campeonato nacional de estrada de atletismo que colocou Benavente no mapa de Portugal.

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