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Editou o primeiro livro de poesia aos 81 anos

São 89 poemas editados em pouco mais de 90 páginas por um autor que tem mais de nove mil poemas escritos em cadernos. Alberto Correia foi militar da GNR e fiscal municipal em Rio Maior e consegue editar “Este vício de viver com gosto” com a ajuda de uma professora da Universidade Sénior local.

Tem mais de nove mil poemas tirados a limpo de ideias que vai transpondo em cadernos. Alberto Correia, natural do concelho da Guarda, ex-militar da GNR e funcionário municipal em Rio Maior, apresentou o seu primeiro livro de poesia aos 81 anos. “Este vício de viver com gosto” é o título do livro com 89 poemas apresentado a 24 de Março na Biblioteca Municipal Laureano Santos.A frequentar a Universidade Sénior de Rio Maior, Alberto Correia deu a conhecer a sua poesia a uma das professoras, Manuela Dâmaso, que logo se interessou pela sua escrita e força de vontade de escrever. Passado um ano, em Fevereiro de 2012, foram editados 125 exemplares. Mas não faltam versos, rimas e ideias nos cadernos de Alberto Correia para uma colecção inteira.Nasceu na aldeia de Gonçalo Bocas, concelho da Guarda, onde passou uma infância e juventude difícil a trabalhar no campo para ajudar a sustentar a família. Desde cedo, Alberto Correia ganhou o gosto pela escrita e por fazer quadras, apesar de ter tirado apenas a terceira classe e de já ter cumprido a quarta classe aos 24 anos.O gosto pela escrita fez com que, a partir de 2004, enchesse de palavras e rimas dezenas de cadernos. Construiu mais de nove mil versos que estão passados a caneta, com título, número e numeração de páginas, com caligrafia impecável.“Estou muito orgulhoso deste momento e tenho de agradecer à professora Manuela Dâmaso por todo o apoio”, refere o autor, secundado por um dos filhos, Jacinto Correia, que elogia a capacidade e vontade do pai em aprender cada vez mais. O autor aborda a força de viver perante as dificuldades e os obstáculos, nos tempos em que tratava dos animais no frio gélido das terras altas de Portugal e às refeições havia apenas um naco de toucinho e chouriço para dar de comer à família. “Também abordo a política às vezes, uso as metáforas, mas sempre gostei de escrever e passar para o papel”, conta Alberto Correia, que também transpôs alguns contos para o papel. Nos últimos quatro anos Alberto Correia tem participado nas sessões “Chá e Poesia” que a Câmara de Rio Maior tem promovido nas freguesias do concelho. “A poesia é um dos meus escapes, outro é tratar da minha horta com batatas, feijão e muitas outras coisas”, refere.O livro tem na capa a fotografia de uma cascata de água de Piódão. A edição esteve a cargo de uma editora sedeada em Óbidos, num trabalho que ficou por algumas centenas de euros. Para já foram vendidos 40 exemplares. O livro pode ser adquirido através da Universidade Sénior de Rio Maior ou estabelecido aí contacto com o autor. Alberto Correia espera que a venda do livro corra bem e diz ter esperança que outros volumes da sua poesia possam vir a ser editados.Versos pela manhãNuma manhã de sábado, enquanto esperava pelo repórter de O MIRANTE, Alberto Correia escreveu mais quatro versos que anotou no verso de talões de compras de supermercado. “Capaz de despertar os sentidos / que na vida tudo se reforça / é não andarmos por aí perdidos / nesta dança de todos nós / nesta paixão nesta energia / pensai em cada um de vós /vivendo a vida com alegria; Que encarne em nós esta personagem / leva outro ritmo de vida / para tudo é preciso coragem / mesmo que ela seja sofrida; Tudo o que nela vi / vemos na esperança da felicidade / é assim que todos queremos / porque esta é a realidade; Nesta força de viver / mais os dias a passar / temos que aprender / a vida a saber amar”, reza o poema.

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