O nome é original. RJA é a soma das iniciais de Rua José Afonso. A designação foi escolhida porque os três membros da banda moravam naquela rua da cidade de Torres Novas e é também uma homenagem ao músico português. Paulo Rodrigues (Biduga) e Carlos Ferreira (Ganda) ainda lá vivem. Apenas Zé Sardinha, que entrou para o grupo há cerca de dois anos, não vive na rua que dá nome ao grupo. Os RJA nasceram em 1998 fruto da paixão que os seus elementos partilhavam pela música. Para terem dinheiro para comprar material musical chegaram a trabalhar na apanha da fruta e em fábricas, em Torres Novas, durante o Verão. Tocam um estilo de música punk-rock. Após três anos de interregno regressaram com o terceiro CD intitulado Reactor. O single de promoção “Aquecimento Global” já circula na Internet tendo mais de 800 visualizações no Youtube. Reactor é composto por nove músicas e é uma edição de autor. O grupo procurou editoras que quisessem apostar no seu trabalho mas nenhuma se mostrou interessada. “Em Portugal não se aposta em bandas que ainda não são conhecidas do grande público. Alguns até gostam do nosso trabalho mas dizem que não têm disponibilidade financeira para arriscar numa nova banda quando hoje em dia já está tudo disponível na Internet”, explica Carlos Ferreira.Para pagar os custos da produção do CD, os RJA oferecem o CD a quem for aos seus concertos cobrando apenas três euros por bilhete. O grupo explica que o terceiro CD é uma continuidade dos anteriores embora este seja “mais maduro”. As letras ficam a cargo de Paulo Rodrigues, professor do ensino básico. Os seus alunos nunca foram aos concertos porque ainda são pequenos, mas alguns encarregados de educação já. A inspiração aparece em qualquer altura. Até nos intervalos das aulas surgem ideias que vai anotando para depois compilar. Quando as letras estão prontas são apresentadas aos outros membros da banda. A partir daí criam as músicas em conjunto.O nome do último CD, Reactor, está relacionado com produção de energia. “Faz falta energia positiva para as pessoas terem força para fazerem as suas coisa no dia-a-dia. As pessoas já acordam cansadas e tem que haver um estímulo extra para reagirem às adversidades. É essa energia positiva que tentamos passar a quem nos ouve”, explica Paulo Rodrigues, mais conhecido por Biduga.Paulo Rodrigues é professor do ensino básico, Carlos Ferreira é produtor no Teatro Virgínia, na cidade torrejana, e Zé Sardinha é engenheiro mecânico. As suas profissões ocupam-lhes muito tempo por isso os ensaios são só ao fim-de-semana. A paixão pela música faz com que tenham que abdicar de algum tempo com amigos e família para lutarem pela sua paixão. Censurados, Mata-Ratos, Tara Perdida, Clash, Ramones são algumas das influências musicais da banda torrejana. Um dos sonhos do grupo é tocar no Coliseu de Lisboa ou no Pavilhão Atlântico. Até lá vão alimentando a paixão pela música para conseguirem alcançar os seus objectivos.