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Presidente da Câmara de Tomar considera “absurdo” chumbo do PS às contas de 2011

Presidente da Câmara de Tomar considera “absurdo” chumbo do PS às contas de 2011

Surpreendido com a posição do PS, Carlos Carrão acusou os autarcas socialistas de “chumbarem as suas próprias contas” uma vez que, até Novembro do ano passado, os mesmos fizeram parte da coligação que geriu o município.

Os vereadores do Partido Socialista (PS) e dos “Independentes por Tomar” votaram, na reunião de 12 de Abril, contra o relatório de contas do município de Tomar referente a 2011, acabando o documento por ser chumbado uma vez que o PSD, liderado por Carlos Carrão, está a governar a autarquia em minoria. De acordo com as contas, o município tinha, em 31 de Dezembro de 2011, uma dívida de cerca de 33 milhões e 891 mil euros, montante inflacionado para os 40 milhões, com a inclusão da dívida de 6,5 milhões à Parq T. Segundos após a votação, o presidente da autarquia reagiu de forma espontânea ao chumbo, direccionando as suas críticas para o PS, uma vez que foi parceiro de coligação até 26 de Novembro de 2011. “Não podemos deixar de manifestar a nossa surpresa pelo voto do PS que votou contra as suas próprias contas. A política partidária falou mais alto do que os interesses do concelho”, apontou, classificando a votação dos socialistas como “absurda”. Numa declaração de voto de oito páginas, os independentes explanam os seus argumentos, concluindo que a prestação de contas referente a 2011 “revela a situação difícil e preocupante em que se encontra o município, com realce para o mais fraco investimento da última década que contrasta com os valores mais elevados de despesa corrente, de dívida e de encargos financeiros por população residente”. Pedro Marques e Graça Costa sublinham o “investimento quase nulo” feito em 2011 que, mesmo assim, não teve “reflexos positivos na situação financeira do município”. Os independentes criticam ainda o facto de, em 2011, nada ter sido feito em prol do Mercado Municipal, do Bairro do Flecheiro ou do Convento de Santa Iria, dossiers prioritários. “Todos os anos assumem mais compromissos do que receitas. Isto foi sempre uma festa e por isso é que chegámos a este ponto”, disse Pedro Marques. Já o PS argumenta que “o seu envolvimento na partilha da gestão do município, na estrita medida das responsabilidades que estiveram delegadas nos seus vereadores, não anula a avaliação globalmente negativa que faz do decurso do caminho que o município trilhou, no qual naturalmente não se revê, nem aceita qualquer responsabilidade pelas suas consequências”. Luís Ferreira e Anabela Estanqueiro (que substituiu nesta reunião o vereador José Vitorino) referem que “a total ausência, em 2011, da concretização de projectos de dinamização do empreendedorismo, das microempresas e do microcrédito, bem como a concretização das áreas de localização empresarial que valorizassem a fixação de empresas, com a consequente criação de emprego, só podem merecer o nosso mais gritante repúdio, pela sua não concretização”.De acordo com as contas apresentadas por Carlos Carrão, durante 2011 a dívida global baixou 1,7 milhões, mas este valor não engloba a dívida à Parq T nem à ADSE que é “muito difícil de conferir”. O presidente da autarquia realçou o “grande investimento” que foi feito em obras como o Museu da Levada, a EN 110 e a zona envolvente do Convento de Cristo, referindo que a taxa de execução foi de 51,13%. Argumentos que não convenceram a oposição, que aproveitou o facto de estar em maioria para passar mais um cartão vermelho ao PSD. Na prática, esta votação tem apenas implicações políticas uma vez que não interfere com a gestão camarária, a não ser o facto do Tribunal de Contas receber as contas chumbadas, com as declarações de voto apensas.
Presidente da Câmara de Tomar considera “absurdo” chumbo do PS às contas de 2011

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