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Manoel de Oliveira encantou Abrantes

Manoel de Oliveira encantou Abrantes

O mais velho cineasta no activo, o português Manoel de Oliveira, esteve em Abrantes a apadrinhar a apresentação da nova Delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitectos que substitui o Núcleo do Médio Tejo, numa cerimónia em que foi simultaneamente homenageado.O público, mesmo o que não está ligado à arquitectura, respondeu à chamada, compondo bem o Cine-Teatro S. Pedro na tarde de domingo. Uns pelo gosto pela arquitectura, outros pelo prazer de ver ao vivo e ouvir falar o homem que, do alto do seus 103 anos e apesar de alguma debilidade física e lapsos de memória, continua activo como realizador. O presidente da nova Delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitectos, Pedro Costa, justifica a escolha do realizador pelo paralelismo do trabalho criativo de ambas as profissões, onde se entrecruzam questões estéticas, sensibilidades, gostos, visões do mundo e das cidades. Maria do Céu Albuquerque, autarca de Abrantes, não escondia a sua dupla satisfação: a presença icónica de Manoel de Oliveira e a “conquista” da Delegação da Ordem dos Arquitectos para Abrantes. Acompanhado dos familiares mais directos, Manoel de Oliveira recordou alguns episódios e falou de arquitectura. Primeiro, considerou que esta não seria uma arte, lembrando que os candeeiros, bancos e cestos que viu ao longo dos Champs Elysées, em Paris, por mais artísticos que sejam, só cumprem funções.“Arquitectura não é arte no sentido puro. Mas um filme é uma espécie de arquitectura. Tem que ter um princípio, que é a porta, depois as escadinhas e um roupeiro, seguidos do corredor ou do salão. Esta é uma base comum à arquitectura e ao cinema”, afirmou. A O MIRANTE, Manoel de Oliveira diz que só conheceu Abrantes quando o filho esteve no Exército e mais tarde seguiu para o Ultramar, referindo que a cidade teria de merecer uma visita mais aturada para perceber se tinha estética apelativa para cenas de um dos seus filmes.Em palco, o realizador não deixou de mandar algumas piadas que arrancaram risos à plateia. Numa delas, recordou um encontro com o Dalai Lama e disse que, como comentou aquele líder religioso, “a hipótese de o homem poder reencarnar num animal irracional seria um prejuízo para a criação”. Ricardo Carreira
Manoel de Oliveira encantou Abrantes

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