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Daniel Leandro

27 anos, desempregado, Almeirim

“Muito honestamente já pensei em largar tudo e fazer carreira lá fora. Mas emigrar só tem mesmo a vantagem do dinheiro. De resto só vejo desvantagens. Vamos para um país que fica longe de casa, não temos a família por perto nem amigos”

A gasolina atingiu um novo máximo. Estamos a ser roubados?Não digo roubados, mas cada vez com mais dificuldades. Quem nos governa e deveria defender não o está a fazer e pode mesmo ter algum interesse naquilo que está a acontecer. Estão a colocar em perigo a vida de muitas empresas e de muita gente. Com o estado a que isto chegou dá vontade de emigrar?Muito honestamente já pensei nisso. Largar tudo e fazer carreira lá fora. Mas emigrar só tem mesmo a vantagem do dinheiro. De resto só vejo desvantagens. Vamos para um país que fica longe de casa, não temos a família por perto nem amigos. Os tempos estão mesmo difíceis?Estão difíceis mesmo. Não se valoriza o trabalho e o empreendedorismo que se pede à população. Veja-se o meu caso, tenho vindo a desenvolver um trabalho voluntário com os jovens, no atletismo. Tem sido muito elogiado, mas no entanto quer a nível pessoal, quer a nível profissional não tenho tirado qualquer proveito desse trabalho.O que significa para si a revolução do 25 de Abril?Eu não senti diferenças porque já nasci depois da revolução. Neste momento não sei se foi bom se foi mau para o país. Se calhar nessa altura havia menos roubos e menos violência, as pessoas viviam com pouco mas viviam em respeito e amizade. Trouxe a liberdade que era necessária, mas deu origem a um excesso de liberdade que se vive hoje em dia. Conquistar uma mulher ainda é com um ramo de flores?Sem dúvida que sim. Toda a mulher gosta de um pouco de romantismo e um ramo de flores fica sempre bem. Onde pensa ir passar as suas férias?Sou um amante do mar, pratico alguns desportos na água, por isso estou a pensar passar uns dias no Baleal e depois se puder ainda vou uns dias ao Algarve. O mar é muito importante para mim.Costuma ir a Fátima por alturas do 13 de Maio?Não, pelo 13 de Maio não. Já fui algumas vezes a pé. A última vez que fui a pé, foi na altura da passagem de ano.A nova geração está mesmo à rasca ou não quer trabalhar?É mesmo uma geração à rasca. E é uma luta todos os dias. Vejo as pessoas da minha geração, que como eu se encontram desempregados, que lutam todos os dias com muita vontade, com muita iniciativa, mas não lhes são dadas oportunidades ou as que surgem são apenas para exploração.É adepto de redes sociais?Sou muito, sobretudo no que diz respeito a coisas profissionais e nas redes ligadas ao atletismo. Assim consigo passar e receber informações mais rapidamente. Passo bastante tempo no Facebook.Era capaz de aceitar um cargo político?Essa pergunta é tramada (risos). Dependia de muita coisa. Dependia do convite e das pessoas que estivessem a trabalhar na mesma equipa. Não acredito nos partidos. Vou mais pelas pessoas.

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