Se a pintora São Sobral, 64 anos, fosse jornalista por um dia faria uma reportagem comparando as grandes reformas que escandalizam os portugueses com as míseras pensões de pessoas que, em alguns casos, trabalharam uma vida inteira. “O meu marido trabalhou 63 anos e tem uma pensão de 414 euros porque não lhe contou o tempo em que esteve em África”, exemplifica indignada. A residir em em Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, diz que não faz sentido que alguns políticos aufiram reformas chorudas só porque estiveram meia dúzia de anos na Assembleia da República. São Sobral considera gritante este tipo de desigualdades que promove a injustiça. “Será que eles vão aos mesmos supermercados que nós? Será que o custo dos alimentos é o mesmo?”, interroga-se a propósito do aumento do custo de vida. A artista plástica é leitora assídua de O MIRANTE que lê em papel. Procura sobretudo os temas de sociedade que dizem respeito ao concelho onde vive.