Sou um recente leitor de O MIRANTE e desde já informo que considero muito positivo que este estilo de imprensa escrita exista porque trata de questões regionais e que dizem directamente respeito à população. Pelo que tenho lido nos últimos números é fácil concluir que os temas abordados são muitos e diversificados mas como diz o povo e com razão “No melhor pano cai a nódoa”. Na edição nº 1034 que foi publicada no dia 26 Abril, tem destaque de capa uma foto com texto cujo título é “Não posso com os comunistas”. Li o artigo na página 17 e sinceramente não percebi qual o interesse jornalístico que o texto possa ter, a não ser tornar publico o pensamento de uma pessoa anticomunista.O homem não pode com os comunistas. E quem pode com o homem? É certo que ele tem a vantagem de ser escolha informativa de O MIRANTE e o seu anticomunismo passou da sua cabeça para as páginas de um jornal que acaba por ser lido e até pode ajudar a que algumas cabeças mais distraídas se deixem influenciar. Não quero de modo algum vir a ser editor do vosso jornal mas considero que a capa deste número de O MIRANTE ganharia se tivesse trocado o espaço que deu a Nuno Rebocho pelo espaço minorca que teve a notícia da condenação do presidente do IAC. Esse sim, é um assunto que preocupa muitas famílias e trabalhadores com ligação à instituição.Seria de toda a justiça e equilíbrio informativo se O MIRANTE agora convidasse o Domingos Abrantes para em espaço idêntico ao deste senhor também ter a possibilidade de emitir opinião sobre o que entendesse, nomeadamente sobre o que hoje se passa na nossa Sociedade em termos de empobrecimento generalizado das populações e que do qual os comunistas não podem ser responsabilizados. Digo eu que gosto de dizer coisas.Jorge Manuel AntunesNota da redacção: O MIRANTE é um jornal prural. Basta uma breve consulta ao arquivo de O MIRANTE para constatar que simpatizantes, militantes e dirigentes comunistas, bem como de outros partidos políticos, têm tido o devido espaço para divulgar as suas ideias e que muitos deles tiveram espaço de capa igual ou maior que o entrevistado que refere. A sua observação só se compreende tendo em conta que se trata, como diz logo no início, de um leitor recente.