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Comunidade do Forte da Casa preocupada com situação financeira do IAC

Comunidade do Forte da Casa preocupada com situação financeira do IAC

Instituto de Apoio à Comunidade tem dívida de quase três milhões de euros

As dificuldades que o Instituto de Apoio à Comunidade, no Forte da Casa, atravessa estão a preocupar as forças vivas da freguesia onde a instituição trabalha há 25 anos.

A grave situação financeira que o Instituto de Apoio à Comunidade (IAC) enfrenta, com uma dívida de quase três milhões de euros, está a preocupar autarcas e dirigentes associativos da freguesia do Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, onde o instituto funciona há 25 anos.O presidente da ASSAF (Associação de Solidariedade Social de Apoio à Família), uma instituição similar que funciona na freguesia, não compreende de que forma o IAC se deixou chegar a esta situação. Os 200 trabalhadores da instituição, bem como os utentes, preocupam o dirigente, José Silva, técnico informático de profissão, que considera no entanto que é quase “impossível” que o IAC acabe tendo em conta o apoio que dá à comunidade. Apesar das dificuldades que a sua instituição também sente uma coisa garante: “A ASSAF nunca chegaria a este ponto”, assegura.A situação dos trabalhadores preocupa igualmente António Pereira, vidreiro e eleito pela CDU na assembleia de freguesia do Forte da Casa. Na sua opinião os dirigentes do instituto não acautelaram o futuro. “Se já havia má gestão, porque os problemas já se arrastam há algum tempo, as dificuldades que as instituições passaram a sentir por causa da crise foram a gota de água para o IAC”, analisa.O presidente da associação “Os Amigos do Forte”, Eduardo Vicente, mecânico, considera que a duplicidade de funções de António José Inácio, que é simultaneamente presidente do IAC e presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa, tem trazido mais dissabores do que vantagens à freguesia. O avanço da obra da Unidade de Cuidados Continuados, que acabou por parar por falta de garantia de financiamento, foi uma precipitação para o dirigente associativo que considera lamentável que a instituição tenha pedido aos funcionários que prescindissem dos subsídios de férias e de Natal para viabilizar a instituição. Abílio Lopes, eleito pela Coligação Novo Rumo na assembleia de freguesia do Forte da Casa, lembra que na última sessão daquele órgão foi aprovada uma moção para que a assembleia seja mantida ao corrente da situação do IAC. Abílio Lopes lembra que a instituição é antiga e tem um grande número de crianças e idosos ao seu cuidado, “camadas da sociedade que necessitam de maior atenção”.A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha (PS), garante que está a acompanhar com “preocupação e cuidado” a situação delicada que vive a instituição, nomeadamente em relação aos trabalhadores e utentes, mas prefere não comentar as questões de gestão.O IAC foi fundado por António José Inácio, actual presidente, que é simultaneamente presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa, eleito pelo PS. Foi recentemente condenado a pagar uma multa de 900 euros por abuso de confiança fiscal por não ter entregue ao Estado os descontos do IRS feitos pelos trabalhadores. A instituição foi criada há 25 anos e é actualmente um dos maiores empregadores do concelho com quase 200 trabalhadores. Há um ano que os funcionários recebem os ordenadores com algum atraso. O IAC tem creches, jardim-de-infância, ATL, apoio domiciliário, centro de dia e residências para idosos. No conjunto de todas as valências dá apoio a mais de um milhar de utentes. A instituição está espalhada por 21 espaços nas freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria, Vialonga, Alverca do Ribatejo e Vila Franca de Xira.IAC deve ser exemplo a nível nacional para “o bem e para o mal” O Instituto de Apoio à Comunidade, no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, deve ser um exemplo a nível nacional para o bem e para o mal. Quem o diz é o dirigente da União Desportiva e Cultural do Forte da Casa. Daniel Gonçalves lembra que o IAC é uma instituição que apoia muitas famílias mas por outro lado deve ser exemplo do que não pode ser feito a nível de gestão sendo urgente por isso uma “reestruturação”.“Não podem acusar o presidente do IAC, António José Inácio, de inércia. Em vez de ficar sossegado no seu canto deu a mão a muita gente”, analisa. Daniel Gonçalves lembra que toda a gente vai bater à porta do presidente do IAC que não sabe “dizer que não”.Daniel Gonçalves admite que o IAC, como outras instituições, vive dos subsídios que foram reduzidos. “O Cebi de Alverca passou muitas dificuldades mas conseguiu superá-las. Talvez estivesse na altura do IAC se tornar numa fundação”, sugere lembrando que a instituição se substitui ao Estado. Se se querem as instituições bem geridas, sugere o dirigente associativo e empresário, que se coloquem gestores remunerados para que depois possam ser responsabilizados criminalmente.Daniel Gonçalves diz que mais do que criticar a gestão do IAC a comunidade deve unir-se para encontrar uma solução. “Como disse Kennedy na década de 60 não perguntes o que a América pode fazer por ti mas o que podes fazer pela América”.
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