Está instalada a confusão no Grupo Desportivo de Samora Correia, Benavente, depois de ter sido despedido o treinador dos juniores a meio da época desportiva e de o vice-presidente do clube, Jorge Martins, se ter demitido em ruptura com o presidente António Sousa. Outros três dirigentes também abandonaram o grupo invocando razões pessoais, deixando o presidente quase sozinho. O director do património, Joaquim Ferreira, emigrou; o director do futebol sénior, Fernando Barradas, mudou de residência; o director do futebol juvenil, Paulo Baptista, ausentou-se por motivos de saúde. Os problemas estão a agudizar-se desde o início do ano. Desde essa altura que os ordenados de treinadores e massagistas estão por pagar. Para complicar ainda mais a equipa de juniores desceu para a segunda divisão distrital. O vice-presidente do grupo desportivo demitiu-se depois de o presidente do clube, António Sousa, ter substituído o treinador dos juniores a meio da época desportiva. A equipa estava a ter maus resultados. “Faltava um claro acompanhamento dos atletas pois se no início da época tínhamos 22, uns meses depois metade já tinha desistido”, explica o presidente António Sousa demitiu o treinador dos juniores e uns minutos depois apresenta o novo treinador, Abílio Santos, que já treinava no clube o escalão dos juvenis. Esta decisão irritou o vice-presidente, Jorge Martins, que apresentou logo de seguida a demissão. “O treinador Amaral estava a treinar sem apoio, o seu adjunto tinha-se demitido, os seus ordenados estavam em atraso, e não gostei de ver o presidente a demiti-lo para apresentar cinco minutos depois o novo treinador”, justifica Jorge Martins que classifica todo o processo de “ofensivo” e “provocatório”. “O clube estava a sair prejudicado com esta má prestação dos juniores e quando os atletas se vão embora geralmente já não regressam e para não prejudicar mais a imagem do clube, vi-me obrigado a deixar cair também o vice-presidente”, explica o presidente. Atrasos nos subsídios da câmara O clube de Samora Correia está a atravessar dificuldades financeiras em parte devido a atrasos nos subsídios da Câmara de Benavente. “Não estamos a receber os subsídios da câmara com a regularidade a que estávamos acostumados e é um dos principais motivos pelos quais ainda não conseguimos pagar os vencimentos”, explica. A publicidade colocada no campo do clube, na zona industrial da Murteira, caiu mais de cinquenta por cento no último ano. Outra receita importante vinha da renda paga pela Academia do Sporting que usava o campo do clube e que se mudou para a Barrosa. As deslocações das camadas mais jovens para os jogos são asseguradas pelos pais e o clube deixou de oferecer os almoços ou jantares. Os atletas passaram a tratar dos equipamentos. Os cortes vão continuar na próxima época. O presidente quer colocar um treinador a treinar duas equipas para reduzir despesas. Assembleia geral não aprova contas do clube desde 2010Um motivo de queixa entre os sócios é as contas do clube que estão para aprovar desde 2010. António Sousa explica que mal assumiu a presidência em 2009, entregou as contas a uma nova empresa de contabilidade. “Foi uma má opção porque não cumpriram com o trabalho deles e só em Junho de 2011 é que obtive um relatório que continha erros terríveis que jamais poderíamos apresentar”, explica. A direcção entregou as contas a um novo contabilista, mas só conseguiu recuperar os dados depois de pedir ajuda à ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. António Sousa diz que já tem praticamente tudo em dia e já está marcada provisoriamente uma assembleia geral para 22 de Junho.