Já há vários anos que vou à aldeia de Teira, freguesia de Alcobertas, Rio Maior, visitar uns bons amigos e gosto muito. Teira é uma comunidade muito simpática. Dou sempre muitos e bons passeios a pé. Ontem, num desses passeios, na companhia da minha amiga, passámos por uma casa nova, estilo “bunker” com portões de chapa cinzenta, vídeo vigilância e anúncios para afastar as pessoas por todo o lado, o que nos fez sorrir visto Teira ser uma aldeia calma e de gente pacífica. Quando íamos a passar em frente à casa ouvimos o ladrar forte de um cão, o que é normal em todas as casas onde existem cães.Já íamos a alguns metros quando ouvimos o ladrar furioso e assustador atrás das nossas pernas. Passado um momento vimos o dono aflorar ao portão aberto tendo ficado parado a olhar para nós. Como o cão não nos largava, pedimos ao senhor que o chamasse para podermos prosseguir o nosso passeio em paz. Com pouca convicção lá chamou o animal que, passados segundos, voltou outra vez para junto de nós a ladrar de modo assustador. Insistimos várias vezes com o dono para ele chamar o cão mas ele parecia não perceber o que dizíamos.... e quando percebeu, levantando os braços em gestos desordenadamente violentos, vociferou, com ar mais ameaçador que o seu cão, dizendo “que era isso que estava a fazer” não se poupando a palavras, gestos e atitude desagradáveis demonstradoras de violência e falta de educação. Obviamente que o senhor não tinha vindo à rua passear o seu cão, tinha apenas aberto o portão da sua “casa forte” para largar o cão na rua, instigado, para amedrontar quem ia a passar. Normalmente quando um cão se dirige a ladrar para desconhecidos os donos tentam segurá-los, acalmando-os e tranquilizando as pessoas de que o seu animal não lhes fará mal, desculpando-se pelo incómodo. Ora, este senhor nem fez uma coisa, nem outra. Em tantos anos, nunca tinha visto em Teira tanta hostilidade. Este episódio passou-se na Rua do Lugar da Serra. Fica a informação para a comunidade.Maria Paula do Soveral Rodrigues Ribeiro da Silva