“Quem vai pagar a má gestão de Moita Flores são os munícipes”
PS de Santarém considera que é necessário sanear as finanças municipais com o empréstimo proporcionado pelo Governo para pagar as dívidas a fornecedores, mas lembra que quem vai pagar a factura é o povo, com taxas e tarifas mais altas.
Quem vai pagar os erros da má gestão do PSD na Câmara de Santarém nos últimos anos são os munícipes. Esta é a principal conclusão da posição tomada pela concelhia de Santarém do PS antecipando o anunciado recurso da autarquia à linha de crédito aberta pelo Governo que vai permitir a muitos municípios do país liquidar as dívidas de curto prazo a fornecedores e prestadores de serviços. A autarquia escalabitana tem uma dívida de curto prazo de cerca de 40 milhões de euros.Carlos Nestal, presidente da concelhia socialista, recorda que a contrapartida pelo empréstimo a conceder no âmbito do acordo celebrado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios vai obrigar a aplicar todas as taxas municipais pelo valor máximo (o que já acontece no caso do IMI e da Derrama) e ao aumento das tarifas de água e saneamento, bem como de outras medidas consideradas lesivas, designadamente o despedimento de funcionários municipais e o corte nos apoios ao movimento associativo.O PS de Santarém não perdeu a oportunidade para voltar a criticar a gestão de Moita Flores e do PSD referindo que a actual situação financeira da autarquia, com uma dívida global que já ultrapassou os 100 milhões de euros, se deve “às más escolhas” da actual maioria. Carlos Nestal admite que face ao actual cenário é de aproveitar o “resgate financeiro” proporcionado pelo Governo, na forma de empréstimo a pagar até 20 anos, mas diz ter dúvidas quanto à capacidade da autarquia para o pagar, dada a pouca capacidade para gerar receitas. E, lembra o socialista, a partir de 2014 começa também a ser paga a aquisição das instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria, num total de 16 milhões de euros a liquidar em nove anos.“Chegámos a um ponto de completo descalabro na câmara e a partir do próximo ano o dinheiro para pouco mais chegará do que para comprar o papel higiénico”, diz Nestal, confessando que não compreende como foi acumulada tanta dívida, já que a maior parte das obras, como a requalificação dos jardins e a construção dos centros escolares, foi financiada em grande parte por fundos comunitários. “Ainda se tivéssemos feito a variante rodoviária ou o caminho de ferro para Alcanede...”, ironizou.
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