uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Primeiro trabalho foi a espantar pardais num arrozal

António Neves nasceu em 22 de Fevereiro de 1930, em Foros do Paul, arredores de Coruche. À antiga, só tem nome próprio e apelido. Filho de um pequeno fazendeiro e de uma doméstica, cedo ajudou os pais no trabalho agrícola a produzir batata, feijão, milho, trigo, ervilhas, vinho, azeite, entre outros produtos que a mãe vendia no mercado municipal. Quando a mãe parou foi a sua mulher, Clara Borda de Água, a continuar a actividade por mais 20 anos.Tirou a quarta classe e por aí se ficou de estudos. O primeiro emprego foi aos 11 anos a espantar pássaros num campo de arroz no vale do Paul, a troco de dois escudos diários. Trabalhou em várias casas agrícolas até aos 25 anos. Três anos antes já tinha casado. Cansado do trabalho agrícola espreitou uma oportunidade e foi contratado como varredor de ruas na Câmara de Coruche, onde ficaria por mais de 30 anos naquela e noutras funções. Foi ainda servente do mercado municipal, encarregue da sua limpeza, zelador (fiscal municipal) durante sete anos e acabou a carreira pública em 1986, quando se aposentou, como encarregado de obras.Namoradeiro, António Neves era presença regular nos bailaricos que se realizavam pelo concelho. Os melhores momentos dessa altura eram passados a dançar com as “barroas”, nome dado às raparigas que vinham de norte para trabalhar nos campos de Coruche. O folclore entra na sua vida aos 17 anos quando é convidado para integrar o Rancho Folclórico do Sorraia, formado três anos antes. Em 1965 é co-fundador do Rancho Folclórico Regional do Sorraia com Manuel Abrantes Serafim e José Pirralho Tanganho, grupo a que ficou ligado para o resto da vida, integrado na Sociedade Recreativa do Bairro da Areia. Foi ensaiador e dançarino, nunca quis ser tocador. Fora do folclore, António Neves tem três paixões: o Benfica, que procura não perder na televisão quando há jogos, e a sua horta. “Levanto-me às seis da manhã e só paro ao meio-dia. Dá-me muito gosto cultivar e ver tirar da terra as batatas, as couves, tudo”, diz. A terceira paixão são os três netos e bisneto, e vem mais um a caminho.

Mais Notícias

    A carregar...