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E o principal problema é...o estacionamento!!

Com as festas do Entroncamento à porta O MIRANTE foi ouvir falar da cidade que completa mais um aniversário no dia 21. Elogios à qualidade de vida não faltaram mas ficaram soterrados pelas inúmeras críticas à política de estacionamento, nomeadamente no centro. Comerciantes e moradores não concordam com as recentes alterações que a câmara municipal introduziu e defendem que o que está a ser feito serve para acabar com o comércio que ainda resiste. Sobre as festas, que se realizam no espaço multiusos ao ar livre, onde decorrerá o mercado grossista durante a semana e o mercado semanal aos sábados de manhã, ainda há quem tenha saudades do tempo em que a animação era em frente à câmara. Sobre o Museu Nacional Ferroviário existente na cidade confirmam-se os ditados populares que dizem que “Em casa de ferreiro, espeto de pau” ou “Santos da casa não fazem milagres”. Muitos inquiridos nunca lá puseram os pés.

Isabel Andrande, 47 anos, professora, EntroncamentoA temática do museu foi bem escolhidaMais espaços verdes no centro do Entroncamento é um dos desejos da professora Isabel Andrande para a cidade. “Temos o parque do Bonito mas é muito longe do centro da cidade. Devíamos ter mais árvores na cidade. Em frente à câmara, por exemplo, devia existir um jardim bonito”, considera. Outro aspecto que critica tem a ver com a arquitectura paisagística da cidade, onde se podem ver, lado a lado, prédios e vivendas. “Quem compra vivenda deixa de ter qualquer privacidade. Durante muitos anos deixou-se construir, para se ganhar mais receitas com taxas, licenças e Imposto Municipal sobre Imóveis mas os responsáveis autárquicos esqueceram-se de acautelar a qualidade de vida das pessoas”, denuncia. Isabel Andrande visitou o Museu Nacional Ferroviário quando este foi inaugurado mas, com pena sua, ainda não voltou ao espaço. Pensa que a temática para o museu foi bem escolhida uma vez que a rede ferroviária é o que identifica mais a cidade. Confessa que é raro ir às festas do concelho mas pelo que ouve dizer considera que estas estão bem organizadas. “Quando há boa vontade as coisas acontecem e a mocidade gosta”, refere. Vítor Silva, 52 anos, fotógrafo, Entroncamento“As pessoas fugiram não se sabe para onde”O fotógrafo Vítor Silva gostava que o Entroncamento tivesse mais gente. “As pessoas fugiram não se sabe bem para onde”, atesta. Outro aspecto que modificava era a política do estacionamento pago, especialmente no centro da cidade. “Acho que é prejudicial para o comércio e serviços as pessoas não terem um espaço para estacionar gratuitamente, nem que fosse por um curto período de tempo”, argumenta. Ainda não visitou o Museu Nacional Ferroviário, facto que lamenta alertando que não há muita divulgação sobre o mesmo. Costuma participar nas festas do concelho. “Gosto do convívio, das tasquinhas e dos artistas que são convidados a vir”, confessa, acrescentando que o local onde se realizam foi bem escolhido, apesar de ser um pouco ventoso. Filipe Santos, 33 anos, músico, Entroncamento“O comércio do Entroncamento é um pulmão na região”O conhecido músico Filipe Santos tem uma opinião muito positiva acerca do Entroncamento. “A cidade tem crescido imenso. Basta olhar para as ruas do centro e notam-se mudanças a vários níveis. O comércio do Entroncamento é um grande pulmão na região”, considera. O jovem artista só lamenta não existirem mais espaços de animação nocturna que poderiam atrair mais jovens à cidade. “Aconselho todas as pessoas a viver no Entroncamento”, convida a rir. O músico já visitou o Museu Nacional Ferroviário e tem uma boa impressão do mesmo. “A nível da cultura foi um grande passo dado no Entroncamento”, considera. Em relação às festas, Filipe Santos preferia, pessoalmente, quando se realizavam no centro da cidade porque tinham “um ar mais típico e tradicional”, embora reconheça que, por exemplo, caso existisse um problema a prontidão do socorro dos bombeiros seria mais difícil. Filipe Santos considera que as festas são uma realização positiva para o concelho. “As festas são uma oportunidade para os entroncamentenses se juntarem. Os emigrantes até aproveitam esta altura para regressar e confraternizar”, refere. Jorge Raimundo, 44 anos, gestor imobiliário, Entroncamento“Gostava mais das festas no centro da cidade”O que Jorge Raimundo gostava mais de ver resolvido ou modificado no Entroncamento era o sistema de parqueamento que foi implantado no centro da cidade, onde se situa a agência imobiliária Veigas, onde trabalha desde 2005. “Não faz muito sentido colocar parquímetros nesta altura economicamente aflitiva que o comércio está a viver, uma vez que isso afasta clientes”, considera o nosso interlocutor, acrescentando que é injusto tanto para os fornecedores das lojas, que têm que descarregar, como também para os funcionários das mesmas terem que pagar para estacionar. Jorge Raimundo assume, com alguma vergonha, que ainda não visitou o Museu Nacional Ferroviário. “Já ouvi falar bem e já ouvi falar mal. O que acho importante é existir uma maior divulgação do museu e apostar na sua promoção que não tem sido muita” considera. Em relação às festas considera que são bem conseguidas mas lamenta a sua localização no espaço do actual mercado semanal. “Gostava mais das festas no centro, junto ao município. Assim, o comércio não mexe porque as pessoas não chegam a entrar na cidade”, lamenta. Carlos Sobral, 66 anos, empresário, Entroncamento“Local das festas é excelente”Há mais 40 anos que mora no Entroncamento e está contente com o rumo que a cidade tem tomado pelo que não há nada que gostasse de ver modificado ou nenhuma situação que merecesse ser resolvida. Carlos Sobral, do Centro de Formação para cabeleireiros Forcabe, destaca, por exemplo, a reorganização escolar que vai ser bastante benéfica para os mais jovens. Já visitou o Museu Nacional Ferroviário mas confessa que ficou desiludido uma vez que não foi ao encontro das suas expectativas. “Gostaria de ter encontrado ali locomotivas e carruagens antigas, como se encontram noutros lugares. Penso que estas peças deviam fazer parte do nosso museu”, exemplifica, criticando ainda o percurso que o visitante é obrigado a fazer. Em relação às festas do concelho costuma frequentar e considera que são benéficas para o concelho e elogia o espaço onde se realizam. “Estão num local excelente”, afirma, salientando que gosta sobretudo dos petiscos, do convívio e da música. Georgina Serra, 61 anos, gerente de lavandaria, Entroncamento“Andamos distraídos da crise por uns dias”Georgina Serra acha que o Entroncamento é uma cidade “arranjadinha” e atractiva para viver mas gostava de ver o problema de marcação de lugares de estacionamento resolvido na artéria onde tem aberta ao público sua lavandaria, a Secomática, na Rua Maruja, por detrás do LIDL. “As pessoas estacionam desordeiramente, ocupando o espaço indevidamente. Deste modo, há quem queira estacionar e não consegue”, atesta a nossa interlocutora. A gerente de loja nunca visitou o Museu Nacional Ferroviário, admitindo desconhecer os horários a que está aberto e o seu funcionamento. “É capaz de ser um programa interessante, até para levar as crianças, mas ainda não calhou ir. Se calhar devia estar mais bem divulgado ao público. Nunca vi muita informação divulgada sobre o museu”, atesta. Costuma ir todos os anos às festas do concelho do Entroncamento, considerando estão bem organizadas e dinamizam a vida da cidade. A sua preferência durante estes dias vai para os artistas mais conhecidos a nível nacional, concertos de música que tenta não perder. “Dá para andarmos distraídos da crise por uns dias”, refere. Deolinda Ângelo, 57 anos, gerente de loja, EntroncamentoMais estacionamento, precisa-seO estacionamento é o principal problema do Entroncamento diz Deolinda Ângelo, gerente da loja Tany. “Penso que a câmara devia apostar forte na criação de mais bolsas de estacionamento, para possibilitar a compra no comércio local”, considera, acrescentando que teve que arranjar um espaço próprio junto às suas lojas no Largo José Duarte Coelho. É perto deste local que também gostaria de ver mais passadeiras para peões, salvaguardando a sua segurança. Confessa que nunca visitou o Museu Nacional Ferroviária e admite que não foi só por falta de tempo. Foi também por falta de interesse. “Não tenho ferroviários na família, talvez seja por isso que a temática não me diz nada”, atesta. Em relação às festas do Entroncamento, costuma ir todos os anos, apesar de não ligar muito a festas populares. “Sei que podiam facilitar mais a vida aos expositores, uma vez que há muitas exigências, o que pode levar ao afastamento da sua participação”, refere. O que mais gosta das festas é das barraquinhas de artesanato.Celso Ferreira, 53 anos, gerente de stand automóvel, EntroncamentoMuseu Ferroviário foi uma boa aposta“Quer que comece por onde?”, diz o gerente do stand de usados e seminovos, Celso Ferreira quando lhe perguntamos que problemas gostaria de ver resolvidos no Entroncamento. Na sua opinião, o Entroncamento não passa de um dormitório e que o presidente de câmara vive para as obras de fachada. “A sua preocupação é mais aparecer na fotografia, ser protagonista”, critica. O nosso interlocutor considera que devia haver, por parte da autarquia, mais respeito pelo comerciante local. “Indirectamente, quase que nos convida a irmos embora”, declara. “Não há uma política de fixação das pessoas”. Em relação ao Museu Nacional Ferroviário, que já visitou, considera que foi uma boa aposta. “É o que define as origens desta terra e enquadra-se perfeitamente aqui”, atesta. Já as festas diz que são atractivas mas que prefere as da sua terra, que é Abrantes “Não desgosto das festas do Entroncamento mas não têm comparação às de Abrantes, até porque se trata de um concelho maior e por isso a dimensão também é outra”, refere.

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