Demorar a pagar e cobrar a dobrar
Os serviços financeiros da Câmara de Santarém andam num ver se te avias para tentar angariar receitas, procurando entre a papelada facturas por cobrar que possam garantir mais uns euros para os depauperados cofres municipais. O zelo posto na missão é tanto que até já houve quem fosse notificado para pagar contas que já estão saldadas. É o caso de um alfarrabista de Lisboa que foi contactado recentemente pelos serviços autárquicos para pagar 120 euros relativos ao aluguer de dois stands na Feira do Livro organizada pelo município em 2005. Acontece que o alegado devedor já tinha pago a conta logo em 2005, fornecendo livros destinados à biblioteca municipal avaliados em 240 euros e de que só recebeu o valor remanescente passados dois anos. Curiosa também neste processo é a forma como os serviços municipais se dirigiram ao suposto caloteiro, convidando-o (foi esse mesmo o verbo utilizado) a liquidar a mencionada quantia no prazo de oito dias úteis, sob pena de recurso a mecanismos de cobrança coerciva. Para quem deve milhões a fornecedores e demora tanto tempo a pagar, como é o caso da Câmara de Santarém, talvez ficasse bem um pouquinho menos de arrogância e autoritarismo, ainda por cima completamente despropositados.
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