Sapateiro multado por alimentar cães agradece apoio de leitores de O MIRANTE mas recusa ajuda
O sapateiro reformado de Vila Franca de Xira que foi multado em 995 euros por alimentar cães abandonados agradece às pessoas que lhe têm manifestado solidariedade e disponibilizado para ajudá-lo com donativos, mas prefere não aceitar dinheiro até porque já pagou a multa. Após a notícia de O MIRANTE foram muitas as pessoas que quiseram ajudar Manuel Cristeta e houve até quem se lembrasse de fazer uma página na internet dedicada ao caso na rede social Facebook. “Agradeço a compaixão e o apoio de todos mas consegui que os meus familiares me emprestassem o dinheiro que era necessário para pagar a multa”, explica. Nos últimos dias vários amigos e conhecidos telefonaram-lhe a disponibilizar ajuda, mas Manuel Cristeta, que vive e trabalha há 42 anos em Vila Franca de Xira, diz que não quer expor mais o seu problema. Confessa que ficou “sensibilizado” mas que agora só quer esquecer o caso e “seguir em frente”, confessa. Como já vem sendo habitual quando O MIRANTE divulga casos do género, as televisões insistiram com Manuel para participar em programas, mas este recusou.Recorde-se que o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR apanhou Manuel Cristeta no final de 2010 a dar comida a alguns cães abandonados e entendeu que, ao fazê-lo, o sapateiro estava a tomar posse dos animais, acabando por multá-lo por não ter licença dos cães, apesar de não ser dono de nenhum deles. Com medo que recolhessem os cães e os abatessem, Manuel acabou por adoptar alguns. Deslocou-se aos serviços da Câmara de Vila Franca de Xira, tratou da vacinação e legalizou-os nos serviços da junta de freguesia da cidade. Mas uns meses mais tarde apareceu a multa para pagar. Insistiu que os cães não eram seus mas ninguém na junta acreditou na sua palavra. “O que me disseram foi que se eu alimentava os cães é porque eles eram meus”, lamenta. Manuel acabou por se resignar e pagar a multa em prestações de 40 euros. O sapateiro pagou nove prestações e depois pediu para que baixassem o pagamento para 20 euros mensais, porque estava com dificuldades económicas. Enquanto esperava uma resposta deixou de pagar e o caso seguiu para tribunal, onde lhe foi penhorada a sua moto, o único meio de transporte que possui. Com a ajuda de familiares acabou por regularizar a situação e pagar os valores em dívida.
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