uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Auditoria do Tribunal de Contas revela mais casos de má gestão na Câmara de Azambuja

Auditoria do Tribunal de Contas revela mais casos de má gestão na Câmara de Azambuja

Combustíveis comprados sem concurso público e utilização de telemóveis e viaturas sem regras

Entre 2008 e 2011 a câmara comprou mais de 500 mil euros de combustíveis sem concurso público exigido por lei. As viaturas da autarquia e os telemóveis eram usados sem regras e os apoios às colectividades foram atribuídos sem controlo do executivo.

A Câmara Municipal de Azambuja comprou mais de 500 mil euros de combustíveis para a frota automóvel do município sem lançar concurso público, contrariando a lei. A irregularidade foi detectada pelo Tribunal de Contas (TC) numa auditoria. Este é mais um exemplo da gestão desgovernada da maioria socialista liderada por Joaquim Ramos. São vários os casos que revelam opções imprudentes, como apelidam os vereadores da oposição, e má gestão dos dinheiros públicos. Entre 2008 e 2011 o município adquiriu os combustíveis directamente a dois postos de abastecimento da Repsol situados na localidade, sem ter “procedido ao lançamento de um procedimento pré-contratual”. Atendendo ao valor da despesa era exigida a abertura de um concurso público. “Sempre se dirá que o respeito pelos princípios gerais da contratação pública e a boa gestão dos dinheiros públicos exige que a celebração dos contratos públicos seja precedida de procedimentos concorrenciais e transparentes tendo em vista a obtenção da proposta economicamente mais vantajosa”, refere o tribunal. Só no ano passado no decorrer da auditoria e alertada para a situação é que a autarquia decidiu abrir concurso para fornecimento de combustíveis. Questionado pelo TC acerca da compra ilegal de gasóleo e gasolina, o presidente da câmara alegou que “as aquisições de combustíveis asseguravam as melhores condições de fornecimento deste tipo de bens para o município, quer ao nível de preços, quer inclusivamente ao nível de locais de abastecimento, dado que era a única entidade com postos de abastecimento localizados na sede (sul) e centro, do concelho”. A despesa atingiu neste período 522.453 euros, dos quais 468,360 euros foram autorizados pelo presidente e 54,093 autorizados pelo vice-presidente. A auditoria detectou a “inexistência de regras de utilização e de procedimentos de controlo do uso dos veículos afectos ao presidente e vereadores e directores de departamento”. Os telemóveis usados pelo executivo eram igualmente usados sem qualquer limite. Já no decurso da auditoria, em Maio de 2011, o presidente emitiu um despacho estabelecendo tectos máximos de utilização de telemóveis e, no mesmo mês, a autarquia aprovou um “regulamento de utilização de veículos municipais”.As transferências de apoios financeiros, realizadas em 2009, para as colectividades no âmbito do desporto, tempos livres e recreio não foram objecto de prévia autorização da câmara. A câmara argumentou que se tratou de uma “incorrecta interpretação de lei”, tendo-se manifestado “disponibilidade para alterar o procedimento vigente”. Os vereadores da oposição (Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra e CDU) acusam Joaquim Ramos de deixar um legado de dívidas à população do concelho. A autarquia atravessa graves dificuldades financeiras, com uma dívida de 27 milhões de euros, e vai recorrer à linha de crédito acordada entre a Associação Nacional de Município e Governo para equilibrar o orçamento.
Auditoria do Tribunal de Contas revela mais casos de má gestão na Câmara de Azambuja

Mais Notícias

    A carregar...