Câmara descobre ao fim de sete anos prédios a lançar esgotos para uma vala a céu aberto
Moradores de Samora Correia já estavam fartos de alertar para um caso de perigo para a saúde pública
Praticamente desde que foram construídos quatro prédios na Urbanização das Oliveirinhas, há sete anos, que os moradores da Rua Samorena se queixam de maus cheiros. Só agora a câmara descobriu que há esgotos sem tratamento a serem lançados para a vala.
Há anos que os moradores da Rua Samorena em Samora Correia se queixam à Câmara de Benavente do perigo para a saúde pública e dos maus cheios de uma vala a céu aberto. Mas só no mês passado os serviços da autarquia descobriram que existem quatro prédios da Urbanização das Oliveirinhas que estão a descarregar os esgotos para o colector de águas pluviais e os detritos vão parar directamente à vala. “Três promotores já foram contactados e comprometeram-se a corrigir a situação o mais rápido possível. Estamos a ter mais dificuldades a contactar os responsáveis de um dos prédios”, explicou o vereador Manuel dos Santos na última reunião do executivo.A vala passa por um terreno municipal e o presidente da câmara, António José Ganhão (D) garante que vai proceder à sua limpeza e encaminhar os resíduos domésticos para uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). O caso arrasta-se há sete anos quando foram construídos os prédios. São muitas as reclamações que vão chegando à autarquia. Recentemente os moradores da Rua da Samorena tinham entregado um abaixo-assinado à câmara no qual reclamavam dos maus cheiros, os mosquitos e ratazanas provenientes da vala que está a escassos metros das suas casas. “Quando está muito calor ou chove, o cheiro é ainda mais forte. Há anos que esta situação se mantém e não se encontra qualquer solução”, critica Beatriz Serrano. Ivelin Petrov, de 23 anos, está a morar apenas há um mês na zona mas já sentiu na pele os efeitos da vala. “Não posso ter as janelas abertas porque existem muitos mosquitos e o cheiro é insuportável. Já vi muitas ratazanas a saírem da vala”, aponta. Sílvia Cardoso, outra moradora, considera que a situação representa “um perigo para a saúde pública e para as próprias crianças que à mínima distracção podem cair na vala”, aponta a moradora que gostaria de ver a vala mais protegida e limpa regularmente. As janelas de muitos prédios estão protegidas com redes que os moradores colocaram para impedir a entrada de mosquitos.
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