Almeirim vai seguir o exemplo da Golegã e prepara-se para ser a segunda localidade da região a condicionar a circulação de veículos nas estradas municipais, com o objectivo de evitar roubos nos campos agrícolas. A proposta já foi aprovada pela câmara a pedido da GNR, que crê que este é um bom método de prevenção e diminuição dos assaltos. O comandante do destacamento de Santarém da GNR, capitão Rui Pereira, admite que este sistema venha a ser proposto para outras zonas mediante os resultados que sejam obtidos no concelho de Almeirim. Foi decidido pelo executivo camarário, com a oposição do vereador da CDU, Aranha Figueiredo, que considerou que esta medida colide com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, interditar a circulação de veículos não autorizados entre as 19h00 e as 07h00. O condicionalismo aplica-se em todas as estradas municipais que servem os campos agrícolas no perímetro entre a ponte da Vala Real, conhecida por Vala de Alpiarça, e o Tejo na zona da Tapada. A proposta foi levada a reunião de câmara privada pelo vice-presidente, Pedro Ribeiro (PS), na qual refere que nos últimos anos se tem assistido a um “acréscimo enorme” de furtos, nomeadamente de pivots de rega, postos de transformação de electricidade e linhas eléctricas para retirarem cobre. “Na maioria dos casos o produto destes furtos é incomparavelmente menor que os danos que provocam”, refere o autarca acrescentando que sendo Almeirim um concelho agrícola estas “actividades criminosas têm resultado em prejuízos avultados para os proprietários”. A exemplo do que aconteceu na Golegã a autarquia vai emitir dísticos que serão entregues a agricultores ou a quem tenha actividades nos campos abrangidos pela medida e cujo modelo será presente ao executivo em breve. Em declarações a O MIRANTE, Pedro Ribeiro diz que alguns agricultores já lhe tinham feito chegar preocupações relativas à protecção dos equipamentos agrícolas.O comandante do destacamento da GNR refere que esta medida poderá ter efeitos na diminuição da actividade criminosa, realçando que isso tem acontecido na Golegã onde a medida foi aplicada em Fevereiro. Rui Pereira refere que para um melhor controlo vai ser necessária a colaboração dos agricultores no alerta de situações suspeitas e detecção de veículos a circularem sem dístico. “Temos que fazer a gestão dos meios existentes e tem que haver uma colaboração entre as várias entidades”, sublinha.