Brasileiros querem investidores ribatejanos no Estado da Bahia
Delegação brasileira reuniu com empresários da região na sede da Nersant
Um delegação da Câmara Portuguesa de Comércio do Brasil na Bahia, acompanhada por um assessor do Secretário da Indústria do Estado da Bahia, e pelo superintendente da Federação da Indústria do Estado da Bahia, esteve na Nersant em Torres Novas reunida com empresários da região para apelar ao investimento e às parcerias entre empresas dos dois países. António Coradinho é um português do Alentejo à frente da instituição bahiana e garante que tem toda a disponibilidade do mundo para ajudar os empresários do Ribatejo a encontrarem novos caminhos para os seus negócios.
António Coradinho, um alentejano que viajou ainda menino para o Brasil, veio de Salvador em representação da Câmara de Comércio Português, integrado numa comitiva que pretende captar o interesse de empresários portugueses para investirem na Bahia. No país que tem a sétima maior economia do mundo, o Estado da Bahia orgulha-se de ter a quarta maior economia do Brasil, embora reconhecendo que “ainda está quase tudo por fazer” na terra de Jorge Amado e na região das praias mais famosas do mundo, como é o caso de Itapoam, imortalizada nos poemas de Vinícius de Morais e na música de Toquinho.Para António Coradinho, a Bahia é mais conhecida pelas suas atracções turísticas mas chegou a hora do investimento nos recursos infindáveis que aquele território, maior que a França, oferece a todos os que tenham ambições de trabalho e de investimento.Ricardo Vieira, da Federação da Indústria, explicou em pouco mais de meia hora que “não há lugar no Estado da Bahia onde não viva um brasileiro com sangue português. E em qualquer lugar do mundo uma empresa é mais uma empresa. Na Bahia é um mundo novo que se forma. Temos os chineses a investirem em força no nosso Estado e isso assusta-nos. É difícil criar laços de afectividade com os povos asiáticos. Temos quer conseguir inverter a tendência e voltar aos tempos antigos quando os portugueses eram os nossos maiores aliados. Não podemos esquecer que temos a mesma língua em comum. E numa região que tem um território maior do que a França, onde está tudo por fazer, só na agricultura temos oportunidade de investimento que nunca mais acaba. Não faltam oportunidades de negócio para as pequenas e médias empresas de apoio aos grandes negócios na área da celulose, do petróleo, do gás, dos automóveis e de outras grandes indústrias que estão achegar à região” salientou numa bem elaborada apresentação das potencialidades da região.Para exemplificar o que os portugueses podem fazer pela economia da Bahia, Ricardo Vieira lembrou que naquele Estado se pode produzir até quase três colheitas de vinho por ano. “Nós temos o clima e o terreno fértil , agora precisamos da mestria dos produtores portugueses para transformarmos o nosso vinho num produto apetecível para exportamos, disso, como exemplo na área da agricultura citando também casos de sucesso de agricultores finlandeses em outras áreas.Espanha já é o primeiro investidor europeu na região e o segundo na lista dos maiores. Portugal é o oitavo com uma diferença muito substancial para o primeiro. Dai que, para Ricardo Vieira, esta seja a melhor oportunidade para os empresários portugueses repensarem os seus investimentos e a sua própria vida. A Bahia tem uma população de 14 milhões de consumidores. E, citando a presidente da Nersant, Salomé Rafael, na apresentação da delegação aos empresários, “Portugal é pequeno e a Europa afinal não é assim tão grande e tão forte como se julgava”.Lembrando os laços afectivos e as razões históricas que unem os dois povos, Ricardo Vieira deixou vários exemplos de parcerias que é possível realizar com empresários brasileiros de forma a darem dimensão aos negócios e aos investimentos naquele Estado”.Cabena é um caso de sucessoAntónio Coimeiro, administrador da Cabena (Benavente), tem uma história de sucesso para contar na relação com a Bahia. Meteu pernas ao caminho e durante duas semanas aliou o lazer aos negócios. Foi à procura de clientes para os produtos da sua empresa que fabrica mobiliário urbano e encontrou, mesmo às apalpadelas, o mercado que procurava.António Coradinho cita-o como um exemplo a seguir e diz que agora, depois desta visita ao Ribatejo, já não é preciso aparecer sem referências como foi o caso de António Coimeiro. “Depois desta reunião deixamos aqui os nossos nomes e as nossas moradas para que nos contactem e possam programar as vossas visitas de trabalho e de prospecção de mercado”.António Coimeiro testemunha a favor e diz que quando bateu à porta dos brasileiros foi bem recebido. Ainda está numa fase de expansão do seu negócio em terras brasileiras mas, para já, só tem boas razões para continuar a investir e a pensar grande no futuro mais próximo, tendo em conta a crise que se vive em Portugal e no resto da Europa onde a falta de poder de compra obrigou a reduzir a produção abaixo dos limites mínimos pondo em causa o negócio e todos os postos de trabalho.
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