Guerra de sindicatos cria desigualdades entre funcionários da OGMA
O sindicato que representa o maior número de trabalhadores associados da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, rubricou o novo acordo de empresa que prevê a redução de algumas regalias e a criação de um banco de horas. O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) representa 500 trabalhadores e justificou a assinatura do acordo com a necessidade de tornar a empresa mais competitiva e manter os postos de trabalho num momento que é de crise financeira internacional. Mas o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) que representa 50 funcionários da empresa recusou assinar o novo acordo de empresa. O SITEMA considerou que o novo acordo apenas serve para desvalorizar a mão-de-obra, colocando os trabalhadores a produzir mais e ganhando menos, ajudando a valorizar as posições dos accionistas. A situação está a fazer com que alguns trabalhadores do maior sindicato estejam a tentar mudar para o mais pequeno. A OGMA não comenta a guerra entre os dois sindicatos e a empresa está a chamar os colaboradores não abrangidos pelo acordo estabelecido com o SITAVA para perguntar se querem assinar o acordo. A proposta da OGMA assinada pelo maior sindicato prevê uma actualização do salário global em 0,5 por cento e a integração dos subsídios de transporte e insalubridade na retribuição base. A criação de uma tabela salarial com seis subníveis de progressões e promoções, a implementação de um banco de horas que pode chegar às 200 horas por ano e a implementação de um novo horário de trabalho de terça-feira a sábado são outras das medidas. Até agora os funcionários trabalhavam de segunda a sexta-feira.“A empresa vai fazer pressão para que os trabalhadores assinem individualmente mas isso vai fragilizar a organização e todos perdem”, lamenta Óscar Antunes, dirigente do SITEMA. Num comunicado o sindicato diz não concordar que seja a empresa, de livre-arbítrio, a gerir os tempos de trabalho dos trabalhadores. Pelo SITAVA, Vítor Mesquita, diz que “resistiu e negociou até onde pôde”, garantindo que “não dava para melhorar o acordo”. A empresa tem 1700 trabalhadores.
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