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Reinadio Manuel Serra d’Aire

Venho aqui publicamente prestar o meu apoio ao candidato derrotado à concelhia socialista do Cartaxo que, após ter perdido as eleições, ainda foi bafejado poucas semanas depois com um voto de repúdio por parte da comissão política do PS local, insolitamente aprovado por unanimidade (coisa que raramente acontece no PS e que só por si denota que o candidato tinha os seus méritos ao conseguir pôr tanta gente do mesmo lado).E que hediondos motivos estão por detrás de tal desfeita? - perguntarás tu com aguçada curiosidade. Eu respondo: nem mais nem menos que a acusação que o bom do candidato terá copiado quase tim tim por tim tim a moção de um candidato do PS de Famalicão escrita em 2010. Tenho muitas dúvidas que tenha praticado tal malfeitoria, pelo menos voluntariamente. Basta ouvir meia dúzia de políticos em campanha para perceber que dizem todos a mesma coisa e têm o mesmo discurso recheado de boas intenções e de palavras como “alavancagem”, “empreendedorismo” e “projectos-âncora”. Pelo que é perfeitamente plausível que o tal candidato do Cartaxo tenha escrito que se reconhece na declaração de princípios do PS e que se revê na sua História, tal como já tinha escrito o camarada de Famalicão. Se escrevesse o contrário é que seria estranho! E, além disso, notam-se diferenças abissais entre os dois textos, sendo a mais evidente que uma das moções se refere a Famalicão e a outra ao Cartaxo. Não basta isso para dar crédito ao homem?Grave seria se o azarado candidato socialista fosse acusado de plagiar um texto de um alto dignitário da Igreja, como aconteceu com uma sua camarada de Alpiarça que terá tomado de empréstimo partes de um artigo do cardeal patriarca de Lisboa. Mas isso são contas de outro rosário, que serão acertadas na hora do juízo final, presumo eu. Porque quem se mete com a Igreja leva!O mundo da política está aliás recheada de peculiaridades difíceis de explicar. Por exemplo, em Coruche, os socialistas na assembleia municipal rejeitaram um voto de louvor dos comunistas e aprovaram de seguida um voto praticamente idêntico à mesma pessoa e feito à pressa. O problema, está visto, era da autoria e da semântica. O mesmo aconteceu na Golegã, onde os socialistas apresentaram um voto de louvor a um secretário de Estado deste Governo e os eleitos do PSD abstiveram-se provavelmente porque a proposta não era deles. Dá para entender estas aberrações? Tenho andado preocupado com os pobres telespectadores que ficaram sem televisão desde que inventaram essa traquitana da Televisão Digital Terrestre. Ficar de um momento para o outro sem a companhia do Goucha, da Júlia Pinheiro e do João Baião é realmente um atentado aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos de Mação, Barquinha, Tomar e de outras zonas onde o sinal não chega. E, mais grave ainda, ficarem privados do Canal Parlamento, que também vai ser disponibilizado em sinal aberto através da TDT, é um método de tortura digno da Santa Inquisição. Ver os nossos deputados em directo no seu habitat natural é um espectáculo soberbo, uma espécie de National Geographic, que não devia ser sonegado a nenhum ser vivo que paga os seus impostos e tem direito à cultura e à instrução.Com estas angústias me vou. Um abraço seráfico do Serafim das Neves

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