Nem mesmo no dia da cidade de Vila Franca de Xira, que se assinalou a 28 de Junho, a junta de freguesia despiu as cores monárquicas. O evento que homenageou as mulheres de Vila Franca esteve repleto de bandeiras com brasões medievais, figurantes vestidos de pajens e muita música barroca. Tem sido assim nos últimos meses. Não há programa, festa ou exposição dinamizada pela junta que não tenha como pano de fundo a monarquia e, em particular, as comemorações dos 800 anos da entrega do foral à cidade. Por detrás de todo o aparato medieval dos últimos meses está David Silva, historiador da junta e um monárquico assumido, que não perde uma oportunidade de transformar a cidade numa espécie de reino. Há quem diga por graça que é o rei dos assuntos medievais na cidade, o que deixa a presidente da junta num honroso lugar de rainha. No dia da cidade alguns deputados da oposição da assembleia de freguesia foram à cerimónia apenas para gelar o ambiente e rematar críticas à gestão da junta, acusando a presidente de ser totalitarista e de não dialogar. Pelos vistos a presidente já está a incorporar o espírito dos reis e rainhas absolutistas.