uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Concurso para contratação de técnicos de desporto da Câmara de Almeirim com pormenores estranhos

Filho de presidente da junta e conhecidos da assessora do desporto estão nos primeiros lugares

Continuam as polémicas no caso da extinção da empresa municipal de desporto e cultura de Almeirim que levou ao despedimento dos trabalhadores e à abertura de um concurso para a contratação de pessoal. O presidente da câmara chegou a garantir que os ex-funcionários iriam ser privilegiados, mas a confusão está instalada.

O concurso para a contratação de técnicos superiores de desporto para a Câmara de Almeirim, aberto na sequência da extinção da empresa municipal Aldesc, revelam pormenores estranhos a começar pelo facto de os até agora melhor classificados serem pessoas com ligações aos responsáveis políticos da autarquia. Um deles é o filho de Manuel Bastos Martins, presidente da Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim, eleito pelo PS.No rol dos melhores classificados e com fortes possibilidades de entrarem para o quadro da autarquia estão Filipa Jourdan, viúva do técnico do Triatlo do Águias de Alpiarça, Miguel Jourdan, que partilhava com a adjunta do presidente da Câmara de Almeirim para o desporto, Sandra Isabelinha, a equipa técnica do clube de Alpiarça. Outro é Gonçalo Martins, filho do autarca de Fazendas de Almeirim. E há ainda João Diogo Rama, de Alpiarça, técnico de triatlo. O concurso nesta área prevê a contratação de quatro pessoas.Na última sessão da assembleia municipal o marido de uma das ex-funcionárias da Aldesc, Luís Ferreira, referiu que Filipa Jourdan foi escolhida pela assessora para o desporto, Sandra Isabelinha, para coordenadora das piscinas municipais de Almeirim para substituir a sua mulher, Alda Leandro, que trabalhava nesta área há vários anos. Alda Leandro era funcionária da empresa municipal e quando esta foi extinta continuou a trabalhar com contrato a termo certo para a câmara, tendo sido despedida no final do ano passado quando atingiu o limite de contratos possíveis, como aconteceu com todos os outros trabalhadores. Luís Ferreira denunciou publicamente alguns procedimentos que, a comprovarem-se, podem levar à impugnação do concurso. Como o facto de numas salas onde decorria a prova ter sido dada a possibilidade de os candidatos consultarem a bibliografia enquanto que o mesmo não foi permitido aos que estavam noutras salas. Refere ainda que a alguns candidatos foi permitido que excedessem o tempo estipulado para a realização da prova.Luís Ferreira chamou ainda a atenção para o facto de Sandra Isabelinha, que não faz parte do júri do concurso, estar incompatibilizada com a maior parte dos antigos trabalhadores da empresa. Sandra Isabelinha, contactada por O MIRANTE, não quis falar sobre o assunto e o presidente da câmara, presente na assembleia municipal, abandonou a sessão quando Luís Ferreira começou a falar.O concurso para a contratação de pessoal para ocupar os lugares da antiga empresa municipal está envolto em polémica desde o início. Em Janeiro uma dezena de trabalhadores da Aldesc, denunciaram pressões e ameaças constantes da adjunta do presidente da câmara para o desporto. Entretanto seis trabalhadores avançaram com uma acção no Tribunal do Trabalho de Santarém contra a Câmara de Almeirim em tribunal por despedimento ilícito e pedem no total uma indemnização de cerca de 35.500 euros.A Aldesc geria os espaços desportivos e culturais do município. O presidente da câmara, Sousa Gomes (PS), sempre disse que ia tentar arranjar uma solução para os trabalhadores. A empresa deixou de funcionar em 2008, mas só no final de 2011 decidiu lançar-se o concurso, para o qual concorreram 700 pessoas. Sousa Gomes continua a não querer dar explicações alegando que não quer com isso prejudicar o normal desenvolvimento do concurso.

Mais Notícias

    A carregar...