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“O papel dos parlamentos nacionais na União Europeia” apresentado em tarde de futebol

Ex-deputado socialista e autarca em Ourém António Gameiro apresenta livro que é resultado da sua tese de doutoramento
O tempo de duração da apresentação do livro do ex-deputado socialista António Gameiro estava contado ao minuto. Marcado para as 18h30 de quarta-feira, 27 de Junho, na biblioteca da Assembleia da República (AR), em Lisboa, pouco mais de uma hora antes do jogo das meias-finais entre Portugal-Espanha, ninguém queria perder a partida que a Espanha acabou por ganhar nas grandes penalidades. Os convidados, muitos familiares e amigos chegaram a horas e a conversa de circunstância não fugia do futebol. Havia quem, cheio de confiança, já combinasse pormenores para assistir à final, onde, supostamente, a selecção nacional iria marcar presença.A apresentação do livro, intitulado “O papel dos parlamentos nacionais na União Europeia” começou a horas com António Gameiro (actualmente membro da Assembleia Municipal de Ourém e líder distrital do PS) a comentar com o vice-presidente da AR, o comunista António Filipe, que iam terminar a sessão por volta das 19h10, o que daria tempo suficiente para estarem em frente a um televisor no início do jogo, às 19h45. O livro foi apresentado pelo presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins que, com um discurso longo, ia furando as previsões do autor. Durante a apresentação do livro havia quem não resistisse a olhar para o relógio ou mesmo a bocejar e a fechar os olhos.Guilherme de Oliveira Martins elogiou a obra e recordou que o autor foi seu aluno em Direito. O antigo ministro da Educação e das Finanças falou do percurso profissional de António Gameiro e repetiu parte do prefácio da obra que foi escrito por si. “O estudo apresentado neste livro é de extraordinário interesse e essencial para a cidadania. Uma reflexão sobre o que é a democracia de hoje e do futuro”, afirmou. António Gameiro usou da palavra revelando que a tese de doutoramento, agora publicada em livro, demorou seis anos a escrever. “A democracia contemporânea não é mais do que a consequência de uma série de acontecimentos históricos (parlamento, democracia e partidos) que têm que se ajustar à realidade histórica de um determinado momento. Nesses processos de acomodação produzem-se uma série de disfunções, conflitos ou de problemas que, definitivamente, constituem os traços definitivos da democracia dos nossos dias”, pode ler-se no livro de 564 páginas com chancela da Coimbra Editora.Alguns colegas de partido, da região de Santarém, não faltaram ao convite de António Gameiro. A presidente da Câmara de Abrantes, o vereador socialista na Câmara de Ourém, Nazareno do Carmo, o presidente da JS Ribatejo e a deputada eleita pelo círculo de Santarém, Idália Serrão, estiveram presentes. A encerrar a sessão, António Gameiro não resistiu a falar do tema em destaque naquele dia desejando que Portugal ganhasse, pelo menos, por um a zero. Um desejo que não foi atendido.

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