O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos (PS), autorizou a compra de um piano por 12.500 euros há quatro anos mas não chegou a informar a oposição na câmara sobre a aquisição do instrumento. O vereador da CDU, António Nobre, que à data já integrava o executivo, desconhecia que a câmara tinha um piano. “Já tinha visto o piano mas nunca associei. Não teria ficado mal se o resto do executivo tivesse sido informado deste investimento”, observou o vereador da CDU na última reunião de câmara na sequência da notícia de O MIRANTE publicada na edição passada.O vereador da cultura, Marco Leal (PS), mostrou-se muito incomodado por ter que justificar, tantos anos depois, a necessidade de compra de um piano. Marco Leal explicou que a câmara comprou um piano em segunda mão na sequência de um protocolo com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, já que se tornava dispendioso alugar um piano por mil euros sempre que havia um recital. “A Câmara Municipal das Caldas da Rainha tem três pianos e cada um custou 100 mil euros. Por que é que não investigam as outras câmaras?”, indignou-se.O piano foi usado em público 18 vezes, três das quais pelo filho do presidente da Câmara de Azambuja, Pedro Ramos, pianista de profissão, segundo dados da própria autarquia. O presidente da Câmara Municipal de Azambuja refutou desta forma que a autarquia tenha adquirido um piano sobretudo para uso do seu filho. Joaquim Ramos acrescentou ainda que tem um piano em casa e que por isso não precisava que o filho usasse o instrumento da autarquia.O vereador da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra (PSD, CDS-PP, PPM e MPT), Jorge Lopes, que na altura ainda não integrava o executivo, desafiou por seu lado o presidente a divulgar quantas colectividades do concelho já usaram o piano adquirido pelo município. Quatro dos cinco eleitos do PS, incluindo o presidente, sentiram necessidade de justificar a compra do piano. Apenas a vereadora da educação, Ana Maria Ferreira, se escusou a fazer comentários sobre o assunto.