uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
“Não sei o que é acordar e não ter um objectivo para o dia”

“Não sei o que é acordar e não ter um objectivo para o dia”

Lígia André, 38 anos, Gerente da Embate Seguro, Glória do Ribatejo

Lígia André, de 38 anos, viveu sempre na Glória do Ribatejo. Em criança dizia que queria ser cabeleireira. Concretizou o sonho depois de, aos 15 anos, ter tirado um curso profissional mas teve que abandonar a profissão quando já tinha aberto um salão devido a um problema de saúde. A sua actual profissão é Mediadora de Seguros. Confessa que é viciada em café e batatas fritas. Gosta muito de conduzir e aproveita o tempo livre para estar com os filhos. Espera um dia tornar-se advogada. Todos os dias luta para ser feliz.

Sempre sonhei ser cabeleireira. Tirei um curso de cabeleireira aos 15 anos em Santarém, onde acabei depois por trabalhar durante dois anos. Na altura comecei a arrepender-me de não ter estudado mais e inscrevi-me na Escola Profissional de Salvaterra de Magos para tirar o curso de relações públicas, marketing e publicidade. Entretanto abri por conta própria um salão de cabeleireiro na Glória. Ouvem-se muitas confissões num cabeleireiro. O contacto com o público que se cria é extraordinário. Tinha pessoas a entrarem muito tristes e saíam do cabeleireiro completamente contentes. Foi no salão que aprendi a guardar um segredo. Depois de quinze anos no salão surgiu-me um problema de saúde que me obrigou a abandonar a profissão. No dia em que fechei a porta chorei muito. Entrei nos seguros quase por brincadeira. O meu marido tinha uma empresa de construção civil e eu é que era responsável pela área dos seguros. Um dia disse-lhe a brincar que qualquer dia eu é que ia fazer seguros. Contactei várias empresas de seguros para obter uma certificação de mediadora de seguros até que um dia recebi uma chamada da Allianz. Exerci a actividade na Glória do Ribatejo e em 2007 abri um escritório em Marinhais. Sempre trabalhei por conta própria. Trabalhei durante três dias numa fábrica de costura em Muge e quando de lá saí disse nunca mais. Estar num determinado sítio fechado, sempre a fazer o mesmo trabalho, é algo pelo qual nunca gostaria de passar. Gosto de tomar decisões. Nem é tanto por não ter patrão porque gosto que me coloquem objectivos. Quem tem uma empresa está ligado 24 horas por dia, não se pode esquecer um minuto. Bebo sete cafés por dia e esse é o meu grande vício. O café é apenas um pretexto para sair de casa. Gosto dos encontros que proporciona com as pessoas. Tenho máquina, mas mesmo que beba em casa tenho de sair na mesma para ir ao café porque é sempre diferente. Também gosto muito de batatas fritas de pacote. É o meu único pecado na alimentação. Em casa, as refeições estão por minha conta e a minha especialidade são pratos no forno. Só não tenho jeito para bolos. Nos tempos livres gosto de acompanhar os meus filhos às modalidades que praticam e vamos muitas vezes ao cinema. Sou filha única e tenho um relacionamento muito próximo com os meus pais. São muito importantes na ajuda que dão aos dois netos. Também aprecio um bom jantar fora de casa mas com a crise é preciso ser mais ponderado. Não costumo praticar desporto, mas gostava. O meu desporto actual é conduzir. Gosto muito. O único sonho que ainda não concretizei é tirar o curso de Direito. Cada vez que encontro alguém que se identifica como advogado, os meus olhos começam a piscar. É o lugar onde gostaria de estar. É um sonho que espero um dia vir a realizar. De momento a minha actividade profissional requer todo o meu tempo, tal como os meus filhos que ainda são pequenos e que são a minha maior paixão. Nunca conseguiria viver no estrangeiro mas gosto muito de viajar. Já estive em Cuba, República Dominicana, Bulgária, nos Açores ou Madeira. Gosto de praia e de sítios movimentados à noite. Mas não seria capaz de mudar radicalmente de vida e ir viver para fora. Não sei o que é levantar-me e não ter um objectivo para o dia. O meu lema de vida é ser feliz. Sempre que atinjo um objectivo, tento lutar por outro. A vida é curta e as relações entre as pessoas devem ser muito fortalecidas. Tento manter-me sempre muito activa. Quando estava na escola profissional era a presidente da associação de estudantes. Neste momento ajudo sempre que posso o clube Moto 4 da Glória do Ribatejo e ainda sou secretária da assembleia de freguesia da Glória.
“Não sei o que é acordar e não ter um objectivo para o dia”

Mais Notícias

    A carregar...