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Os olhos espelhos do cérebro

Os olhos espelhos do cérebro

Eduardo Lopes
"Pseudo tumor cerebri"Caracteriza-se por elevação da pressão intracraniana na ausência de lesões expansivas e de ventriculomegalia e com liquor normal em paciente sem alterações no nível de consciência.Quando nenhuma causa é encontrada, a condição é chamada de hipertensão intracraniana idiopática. A maioria dos doentes são observados pela oftalmologia já que muitas vezes há queixas visuais.A hipertensão intracraniana benigna é relativamente benigna do ponto de vista neurologico, pode levar a alterações oftalmológicas que podem levar à perda visual numa percentagem alta de indivíduos.Não é rara na população geral 1 caso em cada 100000 habitantes por ano e em mulheres jovens e obesas a incidência é de 20 casos por 100000. A hipertensão intracraniana benigna também pode ocorrer associada a um factor desencadeante como fármacos como a vitamina A, tetraciclina, corticosteroides, litio, anticoncepcionais, ácido nalidixico, nitrofutantoina, etc.Também pode estar associada a doença de adison, doença pulmonar obstrutiva crónica e a apneia do sono, nestes casos deve-se evitar a denominação de idiopatica e considerá-la como hipertensão intracraniana associada ao factor em questão.As características clínicas são semelhantes àquelas do grupo sem causa detectável embora apresentem uma evolução mais curta e maior propensão a remissão espontânea com suspensão do factor associado.A causa da hipertensão idiopatica benigna (hib) não esta compreendida na sua totalidade. Nos doentes com hipertensão intracraniana benigna o sintoma mais frequente é o de cefaleia (dor de cabeça) por vezes mais intensa com o doente deitado. Pode ser acompanhada de náuseas e vómitos acordando o doente à noite.A obscuração transitória da visão é um sintoma frequente em 70% dos casos. Caracteriza-se por perda transitória da visão que pode ser parcial ou total, geralmente com duração de alguns segundos. Pode atingir um ou ambos os olhos e pode ser precipitada por mudanças posturais. Perda progressiva de campo visual periférico geralmente ocorre neste sindroma mas na maioria das vezes não é relatado pelo paciente. Distorção da visão central pode ocorrer. A diplopia (dupla imagem) pode ocorrer também. Raramente há perda visual súbita e 5% dos pacientes podem ser completamente assintomáticos sendo o diagnóstico feito em consulta de rotina.Entre os sinais oftalmológicos do pseudotumor cerebral o papiledema é o sinal mais relevante para suspeita diagnostica. Caracteriza-se por um borramento dos bordos do disco óptico associado a protusão do mesmo e ao obscurecimento dos vasos superficiais ao cruzar a margem do disco.Podem-se observar também, nos estágios iniciais, sinais de compressão da veia central da retina. Podem ocorrer hemorragias e exudatos. Quando o papiledema persiste muito tempo o disco óptico (nervo óptico) passa a ser atrófico.A acuidade visual é habitualmente preservada a não ser que a doença seja de longa duração e neste caso temos perda importante do campo visual e atrofia óptica. Defeitos de campo visual são comuns nos doentes com hii.Exames de ressonância magnética craneo encefálica é de importância nestes pacientes para descartar tumores cerebrais. Ser avaliado por neurologia para punção lombar e medir tensão do liquor e descartar por análises alteraçoes do mesmo.TratamentoO objectivo é reduzir a pressão intracraniana. Como há desconhecimento do mecanismo etiopatogenico isso impossibilita um tratamento específico. As principais indicações de tratamento são cefaleia permanente, edema da papila (nervo óptico) moderado a severo e perda visual associada a defeito perimétrico.A função visual deve ser avaliada continuamente durante o tratamento. A perda de peso é importante e dieta com redução de consumo de vitamina A e de produtos contendo tiramina. Acetazolamida e em alternativa furosemida um diurético reduzem a pressão intracraniana.Corticosteroides devem ser usados em casos de edema da papila agudo e em casos de perda visual de rápida evolução. Embora tratamento clínico resulte na maioria dos casos, o tratamento cirúrgico deve ser indicado nos casos seguintes: 1)perda de visão progressiva apesar da terapêutica médica máxima;2)perda visual grave ou de rápida instalação;3)edema da papila grave4)intolerância medicamentosaDois procedimentos cirúrgicos são usados. Fenestração da baínha do nervo óptico e derivação lombo peritoneal.* Climeco
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