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O homem que ensinou muita gente a mexer num computador

O homem que ensinou muita gente a mexer num computador

Álvaro Costa, 41 anos, é responsável pela XiraComp e Chip7 em Vila Franca de Xira

Quando Álvaro Costa começou a dar formação em informática os telemóveis eram um objecto de ficção científica. As televisões ainda não eram planas e até o CD estava à espera de ordem para nascer. Esta é a história do homem que ensinou centenas de pessoas a teclar numa máquina que hoje está em todo o lado: o computador.

Aos 41 anos o empresário Álvaro João Pinheiro da Costa diz-se feliz por estar a fazer o que adora. Não se imagina noutro trabalho que não envolva a informática. Natural de Vila Franca de Xira, faz parte da geração que assistiu ao nascimento do computador como objecto do quotidiano.Álvaro foi dos primeiros formadores de informática e por ele passaram centenas de jovens que puderam descobrir como funcionava um 486, um Pentium II ou o Windows 95. Nomes clássicos que já pouco dizem aos jovens que usam computadores.Álvaro Costa é técnico de informática. A matemática sempre foi o seu calcanhar de Aquiles mas não foi por isso que deixou de seguir o seu sonho de trabalhar num emprego relacionado com computadores. Em 1991, quando concluiu o 12º ano, inscreveu-se num programa de formação que o Governo da altura estava a implementar chamado Inforjovem. O objectivo era começar a dar formação pelo país aos jovens de então, no sentido de melhor os preparar para as novas tecnologias que estavam a tomar o mundo de assalto.“Entrámos 15 alunos do distrito de Lisboa e eu fui um deles. Foi um curso pioneiro”, recorda. O seu primeiro emprego foi a dar formação em informática na Fundação CEBI de Alverca. “Mas o que ganhava não era muito atractivo. Vi que tínhamos sempre turmas cheias e que era um mercado em franca expansão. Lembrei-me de criar o meu próprio negócio”, conta. Em 1995, com a ajuda dos pais, abriu a XiraComp, centro de formação, na rua Miguel Bombarda em Vila Franca. “A maioria dos alunos que tinha no CEBI acabou por vir para a XiraComp. Em 1991 quase ninguém tinha computador, só as empresas, e as pessoas precisavam de formação. Mas o paradigma mudou. Hoje é tudo mais intuitivo e a formação nas escolas faz toda a diferença. Os miúdos hoje começam cedo a mexer nos computadores dos pais e nas consolas, já ninguém precisa de formação de informática”, lamenta.Ao fim de quatro anos o negócio começou a cair mas apareceu outra oportunidade: a manutenção e reparação de equipamentos. Foi a Era das marcas brancas. “Um IBM ou um HP eram computadores muito caros. Foi nessa altura que nasceram várias marcas portuguesas, onde ainda compensava comprar à peça e montar tudo, vendendo mesmo assim abaixo do preço de um outro computador de marca”, recorda Álvaro Costa. Em 2002 o empresário decidiu abrir uma loja no Vila Franca Centro, onde ainda hoje se encontra. “Cheguei ao Centro quando estava a começar o declínio comercial do edifício”, lamenta. Mudou de loja e agora encontra-se junto à porta principal. Querendo reforçar a aposta na manutenção e reparação de computadores, Álvaro obteve os direitos para ser agente da cadeia de lojas Chip7 na cidade de Vila Franca. Vende equipamento informático, material de fotografia, portáteis, componentes de informática, software, redes, serviços de reparação e assistência técnica, instalação de antivírus, remoção de vírus, recuperação de dados, formatação e instalação global de computadores, limpeza física e legalização do Windows.“A nível de portáteis também trocamos ecrãs partidos e teclados. O diagnóstico das avarias é grátis”, revela. A loja disponibiliza também um posto de internet, impressão e digitalização de documentos. Álvaro diz-se “um privilegiado” por ter assistido a toda a evolução e massificação da informática e tece uma opinião sobre o que o futuro nos reserva. “Penso que daqui a 10 anos vamos ter muitos equipamentos touch. O reconhecimento de voz também tem potencial para evoluir mais e a parte gráfica, de movimentação de objectos e projecção de imagens, também vai mudar. O futuro vai passar mais pela linguagem gestual e não tanto pelo teclado. O teclado é o único objecto primitivo que está nos computadores de hoje como estava nos primeiros. Tende a desaparecer”, conclui.
O homem que ensinou muita gente a mexer num computador

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