Venho dar conta do incrível estado terceiro mundista a que chegámos. Não, não quero falar da crise. Quero fazer chegar ao vosso conhecimento o verdadeiro suplício por que estão a passar alguns habitantes da freguesia da Romeira devido a deficiências no abastecimento de água. Trata-se de uma freguesia às portas de Santarém e não de um qualquer lugar em sítio longínquo. Se questionarem os responsáveis, o que lhes vão responder é que se trata de um ano de seca, que existe um consumo excessivo, que estão a tratar do problema, etc, etc...No entanto é uma situação que já era previsível porque ocorre ciclicamente no Verão mas que ninguém tratou de acautelar. Dizem que resolver o problema envolve grandes investimentos, que são necessários certos trâmites legais para a realização de concursos, obras, e mais uma série de patranhas habituais. No entanto, estamos a falar de uma entidade, Águas de Santarém, em que a sua gestão se envolveu em todas as polémicas com outras congéneres. “Gestores” esses que não se coibiram de realizar todo o tipo de obras, com dinheiro (não devem a ninguém), com a realização de todos os trâmites processuais (concursos públicos, processos intocáveis a nível de clareza). Assim, temos belos lagos, lagoas, laguinhos, e charcos, fontes e fontanários na cidade, enquanto que, a meia dúzia de quilómetros, há populações que para beber água, têm que a adquirir nos hipermercados que se instalaram também ao abrigo das autorizações da “classe política”.Paulo Luís Ferreira Pinto