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Dois mentirosos compulsivos

No tempo do socialista Rui Barreiro Santarém viveu o grau zero da política. O ex-vice de Miguel Noras tramou tudo e todos dentro do partido e depois tramou Santarém fingindo que governava dando um péssimo exemplo de gestão da coisa pública. Não foi por acaso Moita Flores ganhou com as cores do PSD o concelho mais socialista de Portugal e barómetro nacional em todas as eleições.Agora que chegou a hora de Moita Flores fazer as malas deixo aqui um breve comentário a pretexto de um acontecimento político ainda mais relevante que a saída de cena de Moita Flores.Na última assembleia municipal, em que se discutiu o futuro das freguesias, o PSD deu uma imagem negra daquilo que é hoje. Está muito pior do que estava quando Moita Flores chegou. O homem já suspendeu o mandato mas deixou a comandar o partido e a câmara gente de mãos e pés atados, que não têm organização, nem amor próprio, que parecem órfãos de um pai tirano. E com razão. Moita já está noutra mas fez questão de suspender o mandato. Assim mantém as rédeas curtas aos seus sucessores e àqueles que ficaram a tentar fazer o trabalho que ele não fez.Moita merece que lhe tirem o chapéu: não participou no debate sobre o futuro das freguesias e saiu sem uma nódoa negra deste acidentado percurso que mostrou bem o quanto o PSD de Santarém é igual ao PS de Rui Barreiro.As palavras ficariam em sangue se Moita Flores fosse obrigado a repetir porque não fez a sua apresentação ao povo de Santarém no Jardim das Portas do Sol há sete anos. Disse ele na altura que “o espaço era um lugar de convivência da morte com a vida” aludindo, como todos sabem, à presença da capela mortuária. Alguém viu por aí nos céus de Santarém as palavras fingidas de Moita Flores? Que respeito é que este homem tem pelos mortos e pelos vivos se usa as palavras como quem usa os cigarros para matar o vício? Nem mexeu uma palha neste capítulo.Nesta discussão sobre o futuro das freguesias, que o PSD apresentou como se apresenta um projecto numa assembleia de clube de bairro, lembrei-me mil vezes da principal promessa de Moita Flores quando chegou a Santarém. “Vou fazer desta cidade a capital do turismo religioso aproveitando a proximidade de Fátima e a fama do Santíssimo Milagre”.E o que é que aconteceu à principal promessa de Moita Flores para devolver a cidade ao mundo e revitalizar este planalto com muralhas milenares? Aconteceu o que quase sempre acontece no mundo da política e dos interesses inconfessáveis que levam as pessoas a deixarem a vida profissional para se tornarem profissionais da política. Santarém perdeu turistas nestes últimos sete anos. Se não fosse caso de chorar, principalmente em nome dos que têm a vida feita num oito por terem optado por viver na cidade errada, seria caso para morrer de riso.Moita Flores e Rui Barreiro parecem feitos da mesma massa. Bem sei que esta comparação é honrosa para Rui Barreiro. Moita escreve livros e é conferencista e comentador. Tem um nível intelectual que deixa Rui Barreiro a milhas. É como comparar um zangão com um mosquito. Mas politicamente são iguais: dois mentirosos compulsivos. Basta ver o que fizeram em Santarém e por Santarém.

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