José Gonho, 55 anos, é um das centenas de participantes no cortejo da tradicional Festa da Bênção do Gado que se realiza de quatro em quatro anos em Riachos. Não se lembra de não participar no desfile. Em criança ia pela mão do pai e observava todos os passos atentamente. Agora não dispensa a companhia das filhas.Com a sua égua, de nome Castanha devido à cor do seu pêlo, José Gonho gosta de pedir a bênção divina para o seu equídeo e para a sua charrete. Além de participar no cortejo, que este ano se realizou na tarde de domingo, 29 de Julho, também tem outro papel durante os 11 dias de festa. A sua égua transporta as crianças que durante a noite querem passear de charrete nas ruas da vila. “Há quem participe com dinheiro e ofereça comida. Eu ofereço os serviços que tenho, com a minha égua”, conta.José Gonho diz que a festa é uma tradição muito antiga que deve ser preservada, mesmo em tempo de crise. “Pelo menos para o desfile não é preciso dinheiro. Basta a participação das pessoas”. Além de participar no cortejo da Bênção do Gado, José Gonho diz que ele e a sua Castanha vão a casamentos, baptizados, participam nas festas de Carnaval e até anda disfarçado de Pai Natal pela região a distribuir presentes. Ana Isabel Borrego