Helena Cunha, António Lourenço e Clara Soares não gritam, não batem nem expulsam os alunos da sala de aula quando estes se portam mal. Mas toda a gente os respeita. Eles são três dos formadores do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Alves Redol em Vila Franca de Xira e sabem como manter os alunos na linha. Sejam miúdos ou adultos. Afinal de contas a escola é um sítio para se aprender e para isso a idade não conta para a equação. Os três são professores de carreira e aceitaram o desafio de ensinarem os mais velhos a obterem o 9º e o 12º ano de escolaridade. Helena ensina cidadania e empregabilidade. António dá cidadania e profissionalidade e Clara tem a seu cargo a disciplina de comunicação, língua e cultura. Disciplinas com nomes menos populares no panorama educativo mas que visam permitir aos alunos aprender e completar o curso. São as histórias de vida e os percursos profissionais que mais contam na obtenção da equivalência escolar. Helena, Clara e António dizem que há “histórias de vida fascinantes” entre aqueles que completaram este ano os cursos das Novas Oportunidades na escola Alves Redol. “Há pessoas que já colaboraram com actividades sociais no Peru e outras com grandes problemas pessoais que só agora conseguiram falar deles”, diz António Lourenço. Os formadores aprendem mais com os adultos do que com os jovens, dizem. A vida faz-se de trabalho e tarimba e os adultos sabem o que isso é. Esforço, pesquisa e muito empenho é o que foi preciso para acabar o curso com estes formadores. Aqui não há facilidades porque todos - alunos e professores - levam as Novas Oportunidades muito a sério. Filipe Matias