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Tomar chumba tauromaquia como património cultural de interesse municipal

Tomar chumba tauromaquia como património cultural de interesse municipal

O executivo da Câmara Municipal de Tomar chumbou a proposta apresentada pelos vereadores do movimento “Independentes por Tomar” que pretendiam a classificação da tauromaquia como “Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal”. A decisão causou alguma surpresa, tendo sido tomada a poucos dias da tradicional tourada de homenagem ao emigrante que se realiza na praça de touros da cidade a 3 de Agosto.A intenção foi reprovada com três votos contra do PSD e dois do Partido Socialista com os independentes a criticarem, sobretudo, o presidente da câmara, Carlos Carrão (PSD), e o vice-presidente José Perfeito (PSD), já que numa fase inicial se mostraram favoráveis a esta pretensão. “Assumiram que votariam favoravelmente, e posteriormente, numa reviravolta mirabolante apenas acessível a pessoas com coluna vertebral de incrível flexibilidade, mudaram radicalmente a opinião e votaram contra”, disseram numa conferência de imprensa realizada a 24 de Julho, onde fizeram a análise da situação política no concelho. O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Carlos Carrão (PSD), explicou a O MIRANTE que votou contra porque, entretanto, a autarquia apurou que “não há enquadramento legal que permita classificar a tauromaquia como património cultural e imaterial”. O autarca disse que, numa primeira fase, a câmara está a pensar em aderir à secção de municípios da Associação Nacional de Municípios Portugueses com actividade taurina, como foi sugerido pelo Partido Socialista, assunto que será discutido e votado numa da próximas reuniões de executivo. “Devemos ter alguma cautela para agirmos em conformidade”, disse.Já o PS votou contra porque, apesar de reconhecer que a tauromaquia se encontra “fortemente enraizada na cultura tradicional portuguesa no seu todo, possui, contudo, expressão de particular relevância em algumas regiões ou lugares, mas que não é esse o caso de Tomar”. Refira-se que este assunto já tinha sido discutido na última sessão de Assembleia Municipal de Tomar, a 29 de Junho, ocasião em que Hugo Cristóvão, membro da bancada socialista, teceu fortes críticas à ideia dizendo que “não é porque se realizam meia dúzia de touradas por ano que é tradição e que, felizmente, as touradas vão acabar mais tarde ou mais cedo”. O deputado socialista foi rebatido pelos independentes e ainda por Herculano Gonçalves, da bancada do CDS-PP que elogiou a pretensão. Na altura, o deputado do Bloco de Esquerda, Paulo Mendes, recordou que a sua bancada apresentou uma proposta de elevar a Festa dos Tabuleiros a Património Imaterial da Humanidade, processo que está parado. “Com esta candidatura, de uma festa que é de Tomar e dos tomarenses, é que devíamos estar preocupados, não com touradas”, disse. Cavaleiro Rui Salvador lamentaO MIRANTE contactou o cavaleiro Rui Salvador para obter um comentário à decisão do executivo, mas o toureiro preferiu não se pronunciar. Mas antes, à Rádio Hertz Rui Salvador, o cavaleiro lisboeta, que se diz tomarense “por adopção”, lamentou que tal tivesse acontecido. “Teria sido, sem dúvida, uma mais-valia se Tomar tivesse optado por se associar a todas as outras câmaras que já o fizeram... Mas ainda vai a tempo. No entanto, tenho imensa pena que tal não se tivesse, desde já, concretizado. Julgo que houve outros aspectos políticos nesta situação. Não sei se será bem este o termo, mas julgo que houve a vontade de não melindrar quem quer que fosse”.
Tomar chumba tauromaquia como património cultural de interesse municipal

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