Ana Rente bem tentou corajosamente “voar” em direcção à sua primeira final nos trampolins dos Jogos Olímpicos Londres 2012, mas um erro na segunda rotina acabou por impedir a realização do sonho da portuguesa, que terminou a prova no 11.º lugar.Na North Greenwich Arena, perante mais de 20 mil pessoas, Ana Rente terminou a primeira série em posição de acesso à final (sétima com 47,265 pontos), abrindo as portas a um lugar na elite das ginastas olímpicas, mas um “erro grave” acabou por deitar tudo a perder, numa segunda rotina em que arriscou muito.“A série um correu muito bem, fiquei muito motivada e por isso no início da série dois senti-me espectacular. Cometi um erro grave, aproximei-me da protecção, tive que baixar de altura e fui penalizada por causa disso”, lamentou a ginasta de Tomar no final da competição.Mesmo assim, a miragem da final esteve bem perto da portuguesa até ao término da prova, tendo a canadiana Rosannagh Maclennan (que acabou por vencer a medalha de ouro) confirmado a eliminação de Rente, quando faltavam apenas saltar três ginastas.“Acreditei. Elas também podiam falhar, tudo podia acontecer, mas infelizmente fiquei fora da final. Mesmo assim estou muito contente e não posso estar desiludida. Foi muito difícil e as minhas adversárias estiveram todas muito bem”, afirmou.No total, a estudante de medicina, de 24 anos, somou 100,275 pontos e ficou no 11.º lugar (e a 0,725 pontos do oitavo), melhorando o resultado de há quatro anos em Pequim 2008, quando na sua estreia foi 16.ª e última posicionada. “Em Pequim deslumbrei-me muito, é uma pressão enorme representar o nosso país. É todo o trabalho de quatro anos, mas desta vez não me senti nervosa e só queria dar o meu melhor”, contou Ana Rente.Nas bancadas, a portuguesa teve o apoio de Telma Monteiro (judo), Diogo Ganchinho (trampolins), que também teve azar na sua actuação, caiu na segunda rotina e ficou-se pelo 11º lugar, Telma Santos (badminton), Pedro Martins (badminton) e Manuel Campos (ginástica artística) e outros membros da comitiva lusa, mas o “barulhão todo” veio de outro lado. “Fui sempre depois da britânica e depois da prova dela parecia que o estádio vinha abaixo, por isso obrigado aos ingleses pela motivação”, brincou Ana Rente.