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Toiradas de borla…. e uma história de vida exemplar

O homem que mensalmente limpa os vidros das janelas da sede da redacção de O MIRANTE é pau para toda a obra. Um dia destes, já quase no final da jornada de uma tarde de trabalho, alguém o abordou para um trabalho de limpeza de um terreno. Assim que ouviu a pergunta sobre se fazia o trabalho ou conhecia alguém que o fizesse, o Senhor Luís ajeitou o ombro na porta do gabinete de trabalho, e contou a história, com orçamento e tudo, de uma outra solicitação para um trabalho do género.De limpa vidros passou rapidamente para o papel de orçamentista usando a técnica mais apurada do gestor de negócios que sabe que o trabalho tanto pode valer cem, como mil, dependendo da qualidade e do dinheiro que o cliente tem para gastar.Poupo os pormenores aos leitores mas deixo esta imagem que fala por si; antes de pedir as dezenas de euros pelo trabalho perguntou o que o seu interlocutor achava do outro orçamento e no balanço da resposta avançou um preço à velocidade da luz.Depois, e enquanto não obteve uma resposta que o satisfizesse, contou um pouco da história da sua vida que alguns de nós já conheciam embora sem tantos pormenores.Limpa vidros alguns dias por semana por conta de uma empresa da especialidade; profissional de segurança numa empresa da região que trabalha do Minho ao Algarve; jardineiro com clientes certos e biscateiro para todo o serviço incluindo limpeza de terrenos. É assim a vida profissional do Senhor Luís que ainda tem tempo e espírito para exercer voluntariado na associação de bombeiros da sua terra.Conto a história porque este homem é o meu herói. Há anos (que sei eu sobre o tempo que vai passando e eu nem dou por ele!) que, ao cruzar-se comigo na empresa, me trata como se eu fosse a pessoa mais importante ao cimo da terra. Sempre pelo nome e da forma mais respeitosa que conheço. Não só para mim como para todos os que circulam nos corredores a quem mostra disposição para subir e descer o escadote as vezes que forem precisas de forma a facilitar a circulação.Num tempo de desempregados; de greves às horas extras, de manifestações contra as leis do trabalho, de falta de mão-de-obra para tantos sectores importantes das empresas; num tempo em que toda a gente perde para os bancos a casa e o carro, e vende as jóias de família, este homem é um exemplo que eu jamais poderia deixar sem palavras.O fecho da Escola de Hotelaria e Turismo de Santarém é mais um exemplo da incompetência política de Carlos Abreu e dos seus correligionários que durante anos governaram os interesses da cidade e da região sem prestarem contas julgando que governavam numa república das bananas. Quem veio a seguir não fez melhor porque os interesses estavam instalados e assim ficaram com a complacência de Francisco Moita Flores que acabou por fazer fumo onde tinha prometido fazer fogo.A Casa do Campino, fica agora, só ao serviço do Festival de Gastronomia. É assim que se vê a importância da cidade de Santarém e dos políticos que a governam. E o povo que se contente com os bilhetes de borla para as toiradas. JAE

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