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Vizinhos incrédulos com detenção de dirigente associativo e autarca

António Branco residente em Curvaceiras foi detido por alegada ligação a uma rede internacional de tráfico de droga
A notícia surpreendeu a localidade de Curvaceiras, na freguesia de Paialvo, Tomar. O antigo presidente da Sociedade Recreativa Curvaceirense e actual presidente do Conselho Fiscal, tinha sido preso por, alegadamente, pertencer a uma rede de tráfico de droga. A detenção aconteceu no sábado, 28 de Julho, quando António Branco, 67 anos, militar aposentado, juntamente com oito indivíduos (cinco portugueses e três galegos) se encontrava numa lancha voadora no Rio Mira, Odemira, distrito de Beja. Numa acção desencadeada pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária, em Odemira, distrito de Beja, foi efectuada uma rusga à embarcação, tendo sido apreendidas 2,8 toneladas de haxixe. Ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, foi decretada prisão preventiva para os nove suspeitos. Como era militar, António Branco foi transferido para o Presídio Militar de Tomar onde, segundo apurámos, recebe muitas visitas, inclusive dos habitantes da aldeia onde mora desde sempre. António Branco foi candidato, nas últimas eleições, à presidência da Junta de Freguesia, pelos “Independentes por Tomar”, tendo ficado em segundo lugar, atrás da CDU, com 350 votos, sendo eleito membro da assembleia de freguesia. “Na passada semana vieram aí fazer perguntas onde morava e que tipo de pessoa era. Só mais tarde é que soubemos que tinha sido preso e todos ficaram chocados”, conta um dos moradores da aldeia que se diz incrédulo com os motivos da detenção. “A ser verdade, só pode ser devido a más companhias”, acrescenta. O habitante refere que, pelo menos há dois meses, António Branco não aparecia muito na aldeia porque tinha comprado uma “grande quinta” em Almograve, no Algarve. “Todos ficaram surpreendidos e até sei que já divulgaram os horários das visitas do presídio para que possam lá ir dar apoio”, disse. A opinião é secundada por alguns clientes do café Paraíso, no centro da vila, que nunca desconfiaram da conduta do antigo dirigente. “Era uma pessoa de quem não se podia dizer nada”, disse um dos presentes. António Branco é casado com uma professora e tem três filhos, todos maiores de idade, e a família tem recebido, nos últimos dias, manifestações de ânimo por parte de quem os conhece. Manuel Coentro, que sucedeu a António Branco na direcção da colectividade recusa-se a acreditar nos motivos da detenção, acrescentando que, até ser julgado, há presunção de inocência. “Eu próprio não acredito que isso seja verdade. O António Branco está integrado numa família que defende os valores da sociedade. Isto parece-me um absurdo. Não há palavras para explicar”, disse a O MIRANTE. Para Manuel Coentro, a família está a sofrer bastante com esta detenção e deve receber apoio moral por parte dos seus amigos. “Sei que muitas pessoas já foram visitá-lo ao presídio. Estou muito consternado, assim como muitas pessoas das Curvaceiras. Vamos aguardar com serenidade os desenvolvimentos”, referiu.

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