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Mário Oliveira

Mário Oliveira

25 anos, Empresário, Cachoeiras (Vila Franca de Xira)

“Não sou uma pessoa de grandes luxos. Sou sócio do Benfica, vou ver todos os jogos e trabalho para poder pagar um bom carro. De resto, tento ser poupado. Já tirei umas ou outras férias com mais alguma extravagância”* * *“Durante muitos anos gastamos dinheiro que não era nosso e agora estamos a pagar por isso. É uma boa altura para nos unirmos, mas também não podemos aceitar tudo. Vemos todos os dias os combustíveis a subirem de preço e o Estado não toma qualquer medida”

Gostava de ir de bicicleta para o trabalho?Dava-me muito jeito poder deslocar-me de bicicleta, especialmente no centro de Vila Franca de Xira, mas não tenho um trabalho fixo. Ando sempre a deslocar-me de um sítio para o outro. Ir de bicicleta seria impensável. Só mesmo em lazer. Era capaz de ir passar férias para um parque de campismo?Já passei muitas férias em parques de campismo, seja numa tenda ou numa roulotte. Não é das experiências que guardo com mais saudade, mas também não me recuso. O que mais me custa no campismo é mesmo partilhar casas-de-banho. Hoje em dia ainda vale a pena comprar uma casa?Eu alimento ainda o sonho de um dia poder vir a comprar uma casa. Mas não nos próximos 10 anos! A actual conjuntura económica e os baixos salários não permitem pensar muito nesse projecto. Os empreiteiros de Vila Franca de Xira acham que estamos no centro do mundo e as casas aqui no concelho são muito caras. Todos os dias entram várias empresas em insolvência. Esta realidade não o assusta?O meu pai tinha uma empresa que está neste momento a entrar nesse processo. Temos ainda quatro muito pequenas, com poucos funcionários, para irmos aguentando o barco. Esta crise também está a ajudar a limpar algumas empresas, mas infelizmente também limpam algumas boas. Estamos no bom caminho para sairmos desta crise?Durante muitos anos gastamos dinheiro que não era nosso e agora estamos a pagar por isso. É uma boa altura para nos unirmos, mas também não podemos aceitar tudo. Vemos todos os dias os combustíveis a subirem de preço e o Estado não toma qualquer medida. Os concursos públicos estão cada vez mais reduzidos, tal como as margens de lucro. Sem ajudas nem incentivos, também não conseguimos ajudar o país. Só acredito em melhorias daqui a três ou quatro anos. Se tivesse com o primeiro-ministro Passos Coelho o que lhe dizia?Não queria estar na pele dele porque acho que tem uma tarefa muito complicada. Pedia-lhe para vir às empresas mais pequenas para viver o dia-a-dia e ver que o Estado nos deveria ajudar mais um pouco. Ainda vale a pena tirar um curso universitário?Estou a tirar o curso de Higiene e Segurança no Trabalho, na Universidade Lusófona. Já acreditei mais. Tenho tantos amigos que terminaram os cursos mais cedo e estão desempregados. Eu estou a tirar este porque é um posto que nos faz falta nas nossas empresas e também para o meu enriquecimento pessoal. Os cursos hoje em dia estão muito desfasados da realidade social, deveriam ser mais práticos e menos teóricos. O que o irrita mais quando vai a conduzir?Vou quase todos os dias para Lisboa porque estou a tirar um curso à noite e apanho muitas situações na estrada. Vê-se que as pessoas andam mais irritadas com a vida, não têm muita paciência e os casos de falta de civismo sucedem-se. Eu gosto de acelerar de vez em quando, mas escolho sempre locais próprios para não colocar em risco a minha segurança e a dos outros. Quais são os seus maiores luxos?Não sou uma pessoa de grandes luxos. Sou sócio do Benfica, vou ver todos os jogos e trabalho para poder pagar um bom carro. De resto, tento ser poupado. Já tirei umas ou outras férias com mais alguma extravagância.Bebe água da torneira?Não. Detesto água da torneira. Tem um sabor estranho. Bebo sempre água de garrafão, a não ser que esteja a morrer de sede e não tenha outra alternativa. Qual é o seu maior sonho?Gostava que me saísse o totoloto (risos). Já nem penso no euromilhões. Todas as semanas jogo. Iria continuar a trabalhar, investia nas empresas e ajudava as pessoas que me rodeiam.
Mário Oliveira

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