A importância de voltar a cultivar a terra acentua-se em época de crise
Conferências “Fora de Portas” no auditório da Escola Superior de Gestão em Santarém no dia 27 de Setembro
Voltar à terra e tornar sustentável o trabalho na mesma é uma das ideias que vão estar em debate nas conferências “Fora de Portas”, uma iniciativa no âmbito das comemorações dos 40 anos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), que se realiza no dia 27 de Setembro no auditório da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém.A ideia do debate surgiu através de um antigo aluno e de um aluno de Doutoramento do ISCTE que souberam das conferências Fora de Portas que se realizam nas capitais de distrito. João Pedro Costa Pereira e Fernando Bento resolveram organizar a iniciativa em Santarém. João Pereira teve em mente desenvolver uma tese de Mestrado sobre o abandono rural mas não levou o projecto até ao fim. Por isso, quando surgiu a oportunidade da conferência não hesitou no tema.O objectivo é sensibilizar as pessoas da região para aproveitarem as terras abandonadas. “Há alguma vergonha por parte das novas gerações em pegar na enxada e trabalhar a terra e não devia haver. Hoje em dia há muitos desempregados, muita gente a viver mal e continua a não haver apego à terra”, considera João Pedro Pereira. O consultor defende ainda que se uma pessoa estiver desempregada pode trabalhar a sua própria terra, que não precisa ser muito grande, e consegue plantar para comer e para dar sustento à sua família. “Queremos combater a ideia que existe que os novos não querem trabalhar a terra e os velhos já não podem”, alerta tendo em vista a gestão centralizada de parcelas pertencentes a diversos proprietários, a fim de tornar a actividade sustentável.Os dois mentores da conferência “Fora de Portas” em Santarém explicam que com o regresso à agricultura, também os terrenos ficariam limpos o que ajuda a preservá-los dos incêndios que tanto têm assolado o país nos últimos tempos. Esta iniciativa destina-se a qualquer pessoa interessada em participar mas sobretudo a alunos universitários e associações de agricultores. As entradas são livres mas limitadas à lotação do auditório.João Pedro Costa Pereira critica o abandono das terras do interior do país o que promoveu o êxodo rural e a fuga das populações tanto para o estrangeiro como para o litoral. Uma situação que na opinião de João Pereira e Fernando Bento se tornou insustentável. “O litoral não dá para todos e não existe qualidade de vida. Eu vivo no litoral e moro num apartamento que é pouco mais que um caixote. Há dez anos comprei um terreno na zona de Almoster [Santarém] e quero um dia vir morar para cá porque há muito mais qualidade de vida e quero iniciar uma pequena actividade agrícola”, sublinha.
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