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55 anos, empresário, Tomar

55 anos, empresário, Tomar

Belmiro Vigário

“Acho que tirar poder de compra às classes média e baixa é estar a contribuir para uma estagnação total da economia porque quem fomenta a economia é a classe média”* * *“Não sou supersticioso. Tenho uma filha que nasceu numa sexta-feira 13 e até tenho um certo gosto por esses dias. Não me causa problema algum fechar um negócio nesses dias”

Sente muitas diferenças desde que iniciou a actividade e os dias de hoje?Tenho, há 25 anos, a Soretol e há 14 anos a Templargaz na Zona Industrial de Tomar. As diferenças maiores prendem-se com o volume de negócios que tem vindo a decrescer e há sempre mais dificuldades, com excepção do negócio do gás que se tem mantido igual. O país consegue suportar mais austeridade?Acho que tirar poder de compra às classes média e baixa é estar a contribuir para uma estagnação total da economia porque quem fomenta a economia é a classe média. Acho que o Estado, com estas novas medidas de austeridade, acaba por perder duas receitas: as empresas vão deixar de ter as mesmas receitas (porque ficam com menos clientes) e pagam menos impostos. Na sua opinião como se dava a volta a esta situação?Não sendo economista, era apologista de seguir o exemplo que se está a fazer em França. Estão a ir às grandes fortunas, às grandes riquezas e empresas porque são os que podem pagar melhor sem desequilibrar a economia. Já foi afectado pelos roubos de cobre?Tantas vezes. O problema dos roubos é recorrente e deve-se à existência de cobre em sítios de fácil acesso para quem anda à procura dele. Toda a circunvalação da Zona Industrial de Tomar é de pinhal e é nesses sítios isolados que passam os cabos. Quem anda à procura deles para roubar tem tempo para tudo. A única solução seria passar a fibra óptica porque, de outro modo, estes assaltos vão continuar por tempo indeterminado. Já alguma vez foi assaltado ou presenciou um assalto?Sim, há três, quatro meses levaram-nos 70 garrafas de gás e, aos nossos vizinhos, roubaram umas carrinhas com as quais transportaram as nossas bilhas. As carrinhas apareceram em Torres Vedras mas as nossas garrafas não. Neste momento, reforçámos a videovigilância porque só o interior do pavilhão é que era vigiado e toda a área da empresa está a ser monitorizada. Já alguma vez foi assistir a uma reunião de câmara?Sinceramente já fui mas há muitos anos. Ultimamente não tenho ido. Tenho o tempo muito absorvido pelas empresas e a minha disponibilidade para esse tipo de coisas é nulo. Não quer dizer que depois não me mantenha informado mas não sou uma voz activa na câmara. Costuma comprar raspadinhas?Não. Se comprei foi uma vez ou duas porque tenho pouca sorte no jogo. Mas aposto no Euromilhões todas as semanas. Uso a mesma chave há 28 anos. Já sei os números de cor. Pode sempre haver um dia que a sorte venha ter comigo (risos).É supersticioso?Não, pelo contrário. Tenho uma filha que nasceu numa sexta-feira 13 e até tenho um certo gosto por esses dias. Não me causa problema algum fechar um negócio nesses dias. Costuma ir a festas populares no Verão?Não vou com a regularidade que gostava porque tenho o tempo muito absorvido pelas empresas mas sei que o distrito de Santarém é muito fértil nestas festas populares. Vou conforme a minha disposição e também se a família está predisposta a ir. Já ponderou emigrar?Não. Nasci em Paialvo, vim para Tomar com seis anos e mantive-me por cá. Quando tinha 21, 22 anos, tinha acabado de tirar o curso de programação de computadores e, na altura, surgiu-me uma proposta de trabalho para o Brasil. Mas estava muito agarrado à terra, não me sentia mentalizado para emigrar e acabei por ficar. Qual foi a situação mais caricata que já passou?Foi engraçada sem o ser na altura. Há 15 anos, tínhamos uma filial em Leiria e, no último dia útil do mês, eu ia numa carrinha da empresa de Tomar a Leiria para pagar os salários em dinheiro. Chovia torrencialmente e, perto dos Cardosos, tive um furo. A minha preocupação não era o furo ou a chuva mas o receio de ser assaltado e levarem-me os quatro ou cinco mil contos que tinha comigo. Como se alguém imaginasse que tinha lá tanto dinheiro (risos). Outra situação que recordo foi quando houve o tornado, em 2010, em Tomar. A minha casa, na Estrada de Leiria, ficou miraculosamente intacta e a cem metros de toda aquela desgraça.
55 anos, empresário, Tomar

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